"A vida é feita de encontros apesar de tantos desencontros."
O homem deixa sua marca no tempo e no espaço,ele idealiza, realiza, deixa seu legado. O homem tem o poder da escrita, o poder do discurso, tanto para o bem quão para o mal. O homem é ser dialético. O pensamento é dialético! O homem é o encontro em-si, para-si, para-outrem.
Que se perdeu num súbito encontro com a mais bela sensação de estar diante daquele que por uma razão talvez metafísica revelasse-me o enigma de mais uma esfinge que ainda atormenta o homem
O homem encontra-se desprotegido
Sua armadura não lhe serve mais
Sua sabedoria caduca
Mal consegue caminhar, apesar do auxilio de sua velha e inseparável bengala
As palavras estão escondidas Brincando de esconde-esconde As palavras estão mal resolvidas Desentendidas... Perdidas numa caça-palavras As palavras fugiram Uniram-se à uma oração As palavras sublevaram, desafiaram, conspiraram contra os deuses Desacorrentaram Prometeu E ainda disseram que fui eu! As palavras enganaram-me Embebedaram-se Tomaram vinho num banquete, construiram imponentes falácias... Legitimaram os sofistas, construiram naus, invadiram, inventaram um novo mundo, exterminaram outras palavras As palavras transformaram em indulgências redimindo todos os seu pecados Pregaram outro na cruz! As palavras se dissolveram Formaram outros grupos de palavras Sufixos...prefixos... Mas, como não entendo nada de gramática Resolvi não dizer mais uma só palavra.
Tesouras que cortam... Para depois tudo virar retalho
Lua que flutua Nem minguante...nem quarto crescente Lua cheia-nova
Um sorriso Olhar bucólico
Luvas negras calçam aquelas mãos que de longe me acenam dando-me tchau, um adeus, um até logo...caminhando por pasargadas sem deixar pegadas, sobre rastros invisíveis que contempla desejando estar.
"Não vamos deixar que nos vendam tão barato!" Ao ponto de não poder nos imaginar naquela cena Num próximo ato! Atropelando as senhoras vendendo bolsas e cosméticos.
Uma tarde...outra tarde... Mas a noite continua E a lua ainda flutua!
Leva consigo o sol nascente vestindo um sol que morre todos os dias
O paradoxo anda sempre em linhas tortas
Seus dias são suas noites em claro, revelando seu eterno tempo efêmero. Um corpo fomentado pela fartura que lhe falta, mas mesmo assim o deixa de pé sobre as imensas plataformas mendigando sua riqueza de pobre coitado. Um rei absoluto, aritocrata, fidalgo.
O paradoxo anda sempra em linhas tortas
Em seu bloco de anatações com antigas folhas de papiro, ele escrevinha toda sua estupidez, Isto lhe faz bem. O eleva! Assim, surge diante de suas prerrogativas, seu estado sublime de existência. O ser e o nada.Paradoxo do mundo novo, tão velho que caminha sustentado por sua velha e inseparável bengala ornamentada com filetes de ouro forjando seus próprios passos demasiadamente humanos.
O paradoxo anda sempre em linhas tortas
E como Sísifo, também está condenado a um castigo pungente. Não por ter desafiado os deuses, mas por desafiar a sí mesmo. No entanto, esforça-se em desvendar enigmas semelhantes aos da esfinge de Édipo.
O paradoxo anda sempre em linhas tortas
Desta forma ele consegue superar toda a sua degenerescência humana e criar seus próprios conceitos, contemplando os homens em suas sociedades, divertindo-se, dando gargalhadas sarcásticas e embebedando-se com varias doses de vinho, oferecendo cicuta em taças de prata aos ignorantes ostentados por uma tamanha imbecilidade. Porque além de tudo, estes são burros! Apesar das suas extraordinárias invenções que maqueiam toda uma geração de hipócritas.
"Idearam, como tinham ideado a Arcadia, uma patria independente; deram-lhe um congresso legislativo; pensaram em uma universidade; criaram uma bandeira sem cores mas tendo por brasão um genio da liberdade na figura de um indio livrando-se de suas algemas e por divisa: Libertas quae sera tamem. Mas esses dourados sonhos, mas estas esperanças patrioticas pue lhes alvoraçaram os animos, com ser utopias para a sua epocha,os perderam! Denunciou-os a traição."
Se eu pudesse roubar os ventos... Qualquer dia desses lhe levaria para passear num tapete mágico aos quatro ventos
ROSA DOS VENTOS
Argonalta que não sou... Qual a nau que me conduziria sobre um vazio de luz, às cores do espectro de um prisma daqueles olhos que não são azuis? Monstros marinhos, abismos sem fim... Até o começo Aventuras... Desventuras O desconhecido lhe ofereço Sem mapas, sem trilhas, nem pistas Apenas uma luneta para poder gritar:
A lua foi descendo...descendo... Desceu tanto que desapareceu Foi-se Foi-se com os ventos!
Foi se encontrar com aquela estrela cadente que não vi Ou quiçá encontrar com a menina em seu lindo vestidinho negro Que dela agora apenas restara seu sorriso, seu olhar
A festa acabou E agora José?
Eu e esta minha idiossincrasia, pensando nas flores que não existem no campo Pegadas sujas de lama! Tudo enfim chegou ao fim Só me resta ir embora Poderia até chegar mais tarde, mas não quero ver a cara do sol Por isso vou esquecer de tudo Da apatia do mundo! Acender um último cigarro, que possa fazer-me calar Mas, no entanto, não me emudeço
Possibilidades perpassam e persignam resguardando-me do gosto do gozo que ainda não experimentei Travesseiros me atrapalham, mas me confortam Oferecendo-me as maçãs da branca de neve em seu lindo vestidinho negro Que agora não mais se atreve Em me abordar com sinônimos de quaisquer meras palavras.
Almas inóspitas levam-me ao supra-sumo da realidade Pegadas que regem o tempo Movimento lúdico
O terceiro sol
Folhas que caem Manhã fria que adormece em meu peito Terceira perna que sustenta a minha ansiedade Eterna..Efêmera Preto no branco Tristezas que se resume em alegrias, reluzindo no meu pensamento
Girassóis... Gira...Só...l...
Mãos que se unem no meio da multidão Corpos colados O relógio indica as horas, mas o tempo inexiste A alegria está nos olhos de quem vê a tristeza passar
Dialética da felicidade!
Risos, aplausos, cores do espectro Realidade metamorfoseando-se Inexorável primazia Movimento único Virtú e Fortuna maquiavealiando-se no pensamento Dois pontos que encontram-se no interlúdio da composição
E OS ELEFANTES ADORAM RONDAR PELO MEU PENSAMENTO ELEFANTES NEGROS, AMARELOS, BRANCOS E VERMELHOS ELEFANTES SEM PASSADO NUMA CIDADE SEM FUTURO PERAMBULANDO POR UMA RUA SEM SOL
A TERRA ESTÁ EM TRANSE! A UTOPIA ESTÁ EM CIMA DO MURO! E OS ELEFANTES?
AH1 ESTES CONTINUAM A RONDAR PELO MEU PENSAMENTO CERTA VEZ, ELES DESTRUÍRAM UM JARDIM INTEIRO DE GIRASSÓIS DEIXANDO TODOS EM PRANTOS!
Quase azul Fui azul Sou azul Minhas lágrimas secaram meu sorriso, minha tristeza, minha melancolia Portas e gavetas não se abrem mais Um grito ecoa no escuro Revela meu querer-viver Há uma chama que não se apaga, mas efêmera O beijo que não lhe dei O odor da solidão O prazer do vir-a-ser, do povir O mundo é uma alegoria " Mundo como vontade e representação" O nada existe, o tudo inexiste O tempo foi-se com os ventos... Minhas mãos clamam Vou retratar meu rosto, minha alma num azul-branco de uma tela Os elefantes, eu e você O terceiro sol me revela, me ressuscita todos os dias A vida se dá A vida lhe rouba, me rouba, me assalta, me sopra Perco-me neste desatento Do rés-do-chão às alturas Em minha escassez No meu reencontro com o azul O azul do meu quarto Um quarto de um século Na piscina dos teus olhos me afogo Respiro o mundo Embriago-me pela condição miserável do homem Minhas asas não são tortas São certas, corretas, incertas, invisíveis, indivisíveis Meu rosto é esta máscara que so pode ser vista quando refletida no espelho Que foi quebrado Restam apenas cacos Certo dia porventura vamos nos reencontrar Unir nossa respiração Será belo, uno Uma provocação do certo e o incerto "Criar linguagem para aquilo que não tem linguagem" A alma é azul A bílis é negra Somos todos polimorfos
Um quase poeta que não fui Numa noite onde tudo aconteceu Belas são as palavras.
Eu, nesta minha santa enfermidade Lutando contra todos estes maus quistos contratempos Que vieram com os novos tempos frios Que vieram com os velhos ventos frios Que já foram amenos!
Ventos que certa vez trouxeram Luiza Ventos afáveis que sutilmente tocaram sua pele branda Revelando sua anelante respiração No entanto, diante desta incomoda circunstância É relevante insurgir contra estes agora arrogantes ventos Rebelar-me contra estes frios ventos Que insistem em me anular Sinto-me num cárcere! Privado de poder tocá-la Sinto-me como aquele poeta desatento Que deixara escapar-lhes seus mais belos versos quixotescos E que agora também luta contra todos os moinhos de vento
Estas são minhas adoráveis sumárias memórias Memórias de um "Zé doente" Que ao contrário de Brás Cubas... Resolvi contá-las em vida e não postumamente.
A alegria invade e expropria esta tal felicidade Que emudece momentos Que secam as lágrimas de Heráclito Que me ergue num estandarte Respiro com alívio que me aflige num vazio copo com suor de cerveja Aquele meu desejo, caminha sob a lua que sopra os ventos desde 1853
Bohemia e Boêmios
Conversas que me distraem com tiros de sussurros Entornando-me sobre a mesa Destruindo todas as flores que ainda não cresceram Mas insistem em espalhar pétalas que sorriem despedaçando o cheiro da chuva Que me protegem de mais uma efêmera felicidade.
Minhas palavras estão bêbadas Saltitando por aí Equilibrando-se sobre um meio-fio Minhas palavras não estão sóbrias São sobras de um banquete Todos estavam famintos! Das palavras, restaram apenas migalhas Que ainda me alimentam
Vou beber minhas palavras! Devorá-las, misturá-las... Desfazê-las num copo de absinto.
. Sapatos vermelhos calçam aquelas pegadas de outrem Deixando para trás o imprevisível... o incontestável! Histórias que lhe escapavam Mas que por um instante... Aqueles vermelhos sapatos tornavam-lhe subitamente presente.