terça-feira, 22 de julho de 2014

Emergindo



A poesia cruzou os céus
Circunscreveu o vento
Resenhou a reza, a prece
Fez-me sorrir por longos e incessantes instantes conduzindo-me pelas linhas dos lábios dela
Despertou meus sonhos

Fiz então um verso para minhas asas tortas:

Minhas asas são haicais
Que transcendem serenas, derramando estrofes brandas, unindo-me ao corpo dela.

Ponto com “p” minúsculo

Voltei-me para a poesia que cruzava os céus

E do meu aconchego retirei algumas palavras, murmurei baixinho
dizendo assim bem pequenininho com a minha língua enroscada, quase travada, revelando segredos meus.

Didiu  2014



quinta-feira, 3 de julho de 2014

Cenas e versos





Lhe escapou o pensamento
Proferiu o verso
Dedicou a ela
E ao corpo dela se uniu aprontando novamente para o pouso, para o gozo
Toda aquela sensualidade tocava-lhe devagar, fazendo emergir seus inúmeros secretos segredos, pelos e pele submetidos ao cálido ritmo que os conduzia. Consumiam-se pelas vontades absolutamente agradáveis. E lá pelas tantas horas e alguns muitos minutos depois, naquela tremula tarde fria de inverno, adormeceram juntos e novamente se tocaram em seus respectivos sonhos

Fez-se música
Fez-se pétalas
O esplendor nos céus
Regozijaram-se anjos, querubins e arcanjos
Fez-se poema e o despertar
Deram-se as mãos e a noite se fez
Estrelas, lua, nuvens a vagar
Vagarosamente brisa lisa fina
O beijo selando lábios

E os dois imaginaram-se num balão, repaginando sonhos
Cenas dum capítulo para uma bela história de amor.




Didiu  2014