domingo, 27 de dezembro de 2009

Asas Tortas



Fome... sede
Há uma grande necessidade de devorar letras
Depois cuspi-las!
Letras tortas garranchadas
É preciso arranca-las dos livros
Dos dicionários filosóficos, dos manuscritos
Dos textos sagrados e literários

Ansiedade...desejo
Desejo de beijá-la, de seduzi-la
De conduzi-la ao jardim das delícias
E presenteá-las com pétalas daquela flor que despedacei

Riso... sorriso
Me vesti com sua doce gargalhada
Me despi
Me fiz nu
Atravessei a rua driblando velozes automóveis
Que avançavam os sinais fechados

Então um anjo brotou em mim
Com asas tortas pronto para aniquilar toda a estupidez do mundo.


Didiu 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ADORÁVEL CADELA






Sem pudor e aos delírios, ela atravessou a rua
cantarolando em sua memória uma música suave com a fragrância de gardenias.
Desvinculada e despreocupada, trazendo o deboche em seu olhar malicioso
ela acenava cordialmente em cumprimento cativando a todos que passavam por ali
Seguia a passos lentos com toda sua indiscutível elegância
a que se orgulhava muito.
Trazia consigo confortavelmente protegida em seus braços uma aparentemente
inofensiva adorável cadela.
Era uma horrível e peluda pequinês com seus afiados e enormes dentes de vampiro que gotejava sangue.
Aquela cadela despudorada fizera mais uma vítima. Mordera a perna de mais um
pacato cidadão que fazia sua habitual caminhada por aquelas redondezas.


DIDIU 2009

quarta-feira, 22 de julho de 2009

VERSOS DISPERSOS




Fotografias não reveladas revelam o desprazer do inconsistente
Do acaso
Da luz opaca
Da súbita subjetiva relatividade

Negativos soltos e dependurados
Gotejando cores e rumores
De um mundo retratado por lambe-lambes
Das velhas praças dos muitos velhos
Crianças, contempladores e enamorados

Visto a velha praça
Calço homens e mulheres que se ajoelham em oração e prece

Suplício no templo sagrado

Renego a flor que não brotou

Primavera em meus olhos!

E a bailarina dança
Com seus cabelos cacheados
Reunindo todos aquelas versos
Que estavam dispersos.

Didiu 09


quinta-feira, 16 de julho de 2009

PARTO



Sólida e progenitora
O obscuro e a luz
Bela e prenha
Não ouve choro, lágrima ou dor
Surgiu em silêncio

Apaguei a luz

Ela calma e sorridente dando gargalhadas
Sonora míngua
E agora descansa a sólida progenitora
Sob a luz dos quase loucos poucos muitos poetas

Quantos sois, quantas luas!
Quantas republicas e monarquias!
Quantos castelos no medievo!
Quantos socráticos e pré-socráticos!

Não sou Tales de Mileto!
Não estudei a medida do tempo utilizando o relógio solar
Apresentaram-me o formatado

Meu tempo pela janela
Contemplando minha adorável maiêutica.

Didiu 2009

quarta-feira, 8 de julho de 2009

DITO



Digito a digital dos dedos
Indícios
Digito a digital dos versos
Implícitos
Observo o tempo frio e suas nuances
O grito das cirandas e amarelinhas
Contra-gotas, gotas, a boêmia
O pássaro azul de origame
A volta ao mundo em 80 dias
África, Europa, Ásia, Américas, Oceânia

América Latina!

Digito os números, as senhas...
Não decifro os complicados códigos
Minha embarcação é clandestina

Sou rei, fidalgo, marquês, conde e visconde
O bobo da corte!
Meu castelo é de cartas
Embaralhadas, atrapalhadas

Pace e luce!

Digito o apreciável dito
O mito, o ditado popular
O dito pelo não dito.

Didiu 2009



terça-feira, 7 de julho de 2009

POTOSÍ



Calmo...
Depois que a chuva passou
Devoro uvas vermelhas e verdes
O silêncio me traz algo
Estou em 1688 na velha Potosí
Com sua torrente de prata
Seus poetas, contadores de histórias
Escravos negros e criados índios

Escrevo poesias...

Já imaginei um encontro entre dois pontos
Interrogação - Exclamação
Um diálogo, um conto

Olhos fechados

Vislumbrando cores e imagens
Olhos atados
Sinto-me pele
Numa efervescência desvairada

Corpos colados
Cartas manuscritas
Cartas datilografadas
Contemplando flores subjetivas
Refazendo-me na exuberância das riquezas da velha Potosí.


Didiu 2009

terça-feira, 30 de junho de 2009

ESCRITOS



Alguns escritos saem por aí

Em busca de aventuras

Soltos e revoltos

Se embriagam em abstrato

Poesia concreta em marcha lenta

Ao vento, ao relento

Suplicando em esgotamento


Alguns escritos não saem por aí

Enclausurados refazendo-se

Mergulham na solidez

Tornam-se fortes, colossais

Entregam-se ao óbvio numa pintura íntima e subjetiva


Quantos pontos, reticências e vírgulas!

Figuras retóricas no final de qualquer frase


Etecétera e etecétera


Por que sou poeta?

Talvez pelo fato de não ter mais o que fazer

Talvez pelo fato de não me tornar seres iguais a vocês.

Didiu 2009

segunda-feira, 29 de junho de 2009

LAVOURA ARCAICA



Eu me vi bem ali
Na primeira cena
No primeiro ato
Com a velocidade e a força de uma locomotiva
Um cargueiro a todo vapor prestes a descarrilar
E em minutos... o estrondo!
Estardalhaço de volúpias
As cores de uma lavoura arcaica tomaram conta de mim
Por alguns instantes meus pés continuaram grudados
Deliciando-se em desejos que ainda me purificavam
Minha boca sentia o gosto libido
Belo e doce fervor que me entorpecia
E em uma prece, deitei-me de lado
Faminto...com uma fome visceral que de alguma forma me fazia sorrir

Tempo...
Tempo...

Porque tu és o efêmero tempo!
Senhor, dono do passageiro que não cessa no passar.

didiu 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Luar





Fabriquei versos...
Construi contos e poesias
Fui parar na lua

-Daqui de cima até que é legal!

Não vi pegadas, nem bandeira alguma tremulando
Nenhum indício, pistas de uma ainda guerra fria

A lua é um bem comum para todos
Mas ainda pertence aos poetas.

Didiu 2009

terça-feira, 17 de março de 2009

VAGUEAR




Mais tarde...
Eu nunca deixo para ontem
Pode ser...
Vai saber!

Vai num breve amanhecer
E o sol há de convir
Que o porto resguarda toda embarcação
Seja ela clandestina ou não

Vai num breve logo entardecer
O sol se põe
Mas a lua desiste de sorrir

Alvoroço

Circunscrever até surgir qualquer garrancho
Garrido talvez

E a moça passeia...vagueia...

Deixo pra trás minhas asas.

Didiu
2008

quinta-feira, 12 de março de 2009

MESA POSTA




Poder-se-ia dizer-te

Me espere tão bela como nos contos de fadas

Prepare a mesa

Sirva-te o café da manhã

Guarde seu sorriso

Entregue-o ao espelho

Guarde-o novamente

Entregue-o para mim.

Um sorriso à mesa posta

Didiu

2009



quarta-feira, 11 de março de 2009

DIALÉTICA




Semente que se transforma em árvore

Árvore que se transforma em banco

Banco que não quer ser árvore

Negação da negação

Tese - Antítese - Síntese

Árvore que dá frutos

Frutos que são sementes

Sementes que são árvores

Árvore que é verão, madeira, artesão

Ailton, Gepeto , José

Banco que me dá asas

Asas pra minha imaginação

Que me transporta para bem longe deste ínfimo mundo que tanto me incomoda

Uma flor para este banco!

Bolas, bolinhas, bolhas de sabão

Flor em movimento

Que transforma o ser

Ser onipotente, onipresente

Ubiquidade!

Cala-te, ó pensamento algoz

Devolva-me a serena paz dos pincéis que percorria sobre este banco

Cala-te, ó pensamento sofista!

Devolva-me a semente e a árvore deste banco

Dê-me de volta sua sublime essência.

Didiu
2003

terça-feira, 10 de março de 2009

JANELA VAZIA




Ritmo desatado do pensamento
Um beijo presente
Doce e bela
Mãos que acolhem a alma
O desejo
Incondicional sobretudo
Vento brando e agradável toca-lhe o rosto despertando-lhe o sorriso
Poema dialogo
Transcendo-me contemplando uma janela vazia
Sinto-a em folhas de rascunho
Em mais um poema curto, mas intenso
Revelando assim, desta tal forma, minha sincera e adorável querença avultada.

Didiu
2009

domingo, 1 de março de 2009

SENTIR




Diferença no escrever
Dizer
Sentir
Tocar
Complemento das palavras
Indo além dos dizeres
Dizeres polissílabos... monossílabos...
Ditongos e hiatos
Gramaticalmente unidos
Para se acompanharem
Sentindo passo a passo o sentir do outro
continuamente infinito
Sinto-me Alice maravilhosamente Alice
Meu mundo mundo meu
Espera-me
Me espera que vou
Que estou em desvairado devaneio
Entre meios e entremeios
Sensivelmente à flor da pele

O beijo

Pele suave serena
Serena sob luzes quem iluminam
Indicam caminhos
Possibilidades
Sonhos intermináveis sonhos em jardins sem sóis
Sob estrelas não cadentes
Sem serpentes, Adãos ou Evas
Pecado sagrado profano
Razão das desrazões ao vento que se foi
Razão que a própria razão desconhece
Jardim com sóis
Girassóis em busca do sol da manhã que acaricia a acalente pele
O maior do desamor e desilusões
Ao banco me dirijo
E apesar de como me encontro...
Me encontro desencontro encontro
Almas que partiram ao fim do início

Paradoxal

Vãs proposições sem finalidades propostas
Objetividades subjetivas
Sensivelmente sensível ao longe
Navio imaginado por uma alma talvez inóspita
Incompreesivel
Vôo emoldurado sob folhas que não caíram dispersas aprisionadas
Que viera contemplar a infinitude das diferenças
Da igualdade

Somos todos assim
Sem fim, sem início
Começo de uma vida!

A beleza do sentir só pode ser traduzida em poesia.


Didiu e Naiara Antunes
2009




segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

TEMPO





Atemporal
Eis que me encontro fora do convencional tempo
"Além do Bem e do Mal"
Fora da aritmética simetria
Convencional...
Além do espaço sideral

E o tempo parou!

Atemporal fora do tempo
Minutos, horas, segundos
Relógios sem ponteiros
Cegos, forasteiros
Sem ordens, disformes
Meio confuso
Surdo no mundo

Cego!

Música boa, infame?
Cantantes errantes
Acertando a vida
Que vai além dos muros
Nada convencional!
Encontro-me completamente atemporal

Atemporal no tempo

Tempo dos homens
Retrospecto
Circunscrevo em cores
Momentos que me reencontro
Meio quase abstrato
Pincelando flores despedaçadas ao vento
Vento que virou ventos
Ventos que acabaram por trazer o velho tempo
Que nego
Silêncio mudo
Silenciar de tanta beleza no sentir
Poesia que vagueia nesse tempo inexistente

De repente atemporal novamente

Retrocesso - introspecto - introspectivo
Verdadeiramente surreal verdade
E assim navegamos juntos
À deriva
O caminho é o destino que construímos
Tijolos sobre tijolos
Arquitetura de arquitetos
O belo
Beleza inexpressível
Indizível
Não quero dizer
Faço, reconheço

Atemporal.


DIDIU REIS & NAIARA ANTUNES

2009

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

POETA DESPERCEBIDO




Ondas fílmicas no televisor
Assim nasce mais um poema
Despretenciosamente despreocupado
Desqueixado
Destituído... Destabocado

Um poema
Um conto
Uma poesia

Sob qualquer lua que se esvai
Modelando cicatrizes
Daquela ferida de um coração que um dia, deixou de ritmar as horas, e o nostálgico tempo
Tempo de glórias
Tempo de pétalas e flores despedaçadas

Um poema
Uma fábula
Um verso
Uma poesia

Um Deus filho na infância
Mãe do medo
Um conto para loucos
Uma nobre insana sensatez
Devaneio devaneando em naus à deriva

E assim eu me declaro: um ingênuo louco quase poeta despercebido.


Didiu 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

VIDA




Quero viver a vida com a ARTE

A ARTE do sorriso do palhaço

Das notas musicais do músico

Do equilíbrio do equilibrista equilibrando-se na corda bamba

Da poesia do poema do poeta

Da interpretação do ator interpretando tamanha alegria!

Da malandragem do malandro

Ou da volta dele

Como já dizia nosso querido e velho bom amigo Chico.


Naiara Antunes 2009

domingo, 15 de fevereiro de 2009

DOCES AVENTURAS SUBMARINAS




Aventuras submarinas

De Antunes e Reis

Psico gargalhadas Risos Histórico-Filosóficos

Um automóvel interrompido

Que buscava notas musicais

Estático ficara então

Instigando pensamentos móveis

Sábado 14... Domingo 15

Subindo uma cansativa descida

Sorte ou azar?

Alucinante destino talvez

Noite de duas faces

Um único cigarro poeticamente não aceso

Desodernadamente impossibilitado

Aventuras Yellow Submarinas

Sem Ringo, Lennon, Harrison ou McCartney

Uma fábula verídica no asfalto

Doces Aventuras Submarinas

De Antunes & Reis.


Didiu 2009


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A CARTA





Foi-se embora minhas noites tortas

Desejos que afloravam minha ansiedade

Meu corpo sentido

Amor e besteira

Letra - Música

Livro para analfabetos

Minha doce e obsessiva invenção

Foi-se embora...

Para bem longínquo longe distante

Em busca de novas e velhas fronteiras

De novos sonhos e pecados

Uma vaidosa entusiástica fuga

À procura daqueles improváveis dezembros

Que se perderam nos vendavais reais

Mas que, por uma descuidada e intencionada brisa

Fez - te assobiar aquela música canalha

Fazendo - te instrumento de ódio, angustia, solidão e medo

E agora que você se foi ...

Voltei a ser aquele admirável velho - novo palhaço.


didiu 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

DIVERGÊNCIAS







Hoje à tarde da janela do meu quarto
vi um casal de pombos se beijando no telhado da casa ao lado
Beijavam-se ao som de canção do Paul McCartney: GOOD DAY SUNSHINE
Depois apareceram mais três pombos pedindo para que eu tocasse Yellow Submarine e
Sgt.Peppr`s Lonels Hearts Club Band
De repente, o telhado ficara repleto de pombos
Eram pombos de varias etnias e facções
Vinham de todos os lugares, até daqueles mais longínquos
Tinha pombo negro, amarelo, branco, vermelho
Pombos marxistas, capitalistas, fascistas, neofascistas,
analfabetos, letrados, retardados, cristãos, judeus, ateus,
céticos, revolucionários, presidiários, anarquistas, anrco-punks,
fundamentalistas, metafísicos, schopenhaeurianos, artistas, comunistas,
africanos, nacionalistas, inimigos da cultura norte-americana,
filósofos, xenófobos, pré-socráticos,
representantes do sindicato dos pombos, abolicionistas, escravagistas,
conservadores de direita e de esquerda, democratas, socialistas,
favelados, pombos bastardos,nietzschianos, anti-helênicos, hegelianos,
pensadores utópicos, neoclassicistas, realistas, surrealistas, cubistas,
burgueses e proletários, patricios e plebeus, anti-semitas, mulçumanos...

E por fim, divergências se estabeleceram.

Didiu 2007

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ATO




Chamam-me de louco

Porque pinto margaridas

Mas louco é aquele que nao pinta margaridas!

O meu novo mundo é tão velho quanto aquele que deixei pra trás

Sob luzes de ribalta

Sem cenários

Sem cenas do próximo ato.

Didiu 2004

sábado, 24 de janeiro de 2009

Gosto




Gosto do gosto do som
Do barulho da comida
De voar sem ter asas
De ir ao longe, sem sair do lugar
De crescer sem aumentar a estatura
Do prazer que o desprazer traz

Gosto do improvável, do complexo
De tudo que não tenha nexo

Gosto do gosto do gosto
Do gozo
Gosto do vir-a-ser
Do porvir
Da metamorfose
Do avesso às avessas
Do riso...do sorriso
Do choro azedume
Agridoce

Gosto de voar sem ter asas
De construir asas e não voar
Ficar aqui com os pés no chão
Sem ter chão para ficar.

Naiara Antunes

Reflexões 2


Quem constrói a sua consciência?

Quem determina suas ações?

Se partimos do pressuposto de que, a felicidade só será alcançada no "reino dos céus", Qual seria então o verdadeiro significado e sentido da vida humana?

Vida terrena: Sagrado x Profano

Eu me reconheço como um ser irreconhecível!

Didiu

REFLEXÕES





Toda flor tem suas pétalas

Bem-me-quer... mal-me-quer...

Toda madrugada tem sua boemia

Carteiros... poetas...

Todo carrossel tem seus cavalos

Crianças sob olhar carinhoso dos pais

Toda lágrima tem seu sorriso.

Didiu

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Fadas




Você acredita em fadas?

Não?

Eu também não

Mas elas existem

Eu conheço uma

Não é nenhuma fada madrinha

Nem tão pouco a sininho

Aquela fadinha da história de Peter Pan

Fadas existem sim

Fada mulher Mulher amada

Beleza indescritível beleza única

É difícil vê-la tê-la

Mas todos precisam manter a fé

Fico de pé

Andando sobre as nuvens

Driblando estrelas

Acordando de um sonho

Ouço sua música

Sinto seu beijo ao som de flautas e violinos

Não vejo o tempo passar.


Didiu 2003

CURTA NA TELA

Uma tarde...

Outra tarde...

Ontem x amanhã

Tudo tem nome

Aquela mulher também

Não existe tempo

Inventaram o tempo

Inventaram você

Inventaram-me também

Quem é Maria Carolina?

Uma menina

Mulher que não se vê

A TV elege os padrões de beleza

Maria Carolina assiste TV

TV 14, 20, 29, 32...

TV de plasma,TV em cores, LCD

Preto e branco

Longa-metragem

Curta-metragem

Sessão da tarde

Sessão interativa

E tudo termina ao meio-dia da próxima sexta-feira

Linguagem-precariedade-imagem-estética-beleza.

Didiu

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

CLANDESTINIDADE

Mulher em negro passeia pelo cais do porto
Porto de embarcações clandestinas
Olhar desatento
Cantarei poemas para tocar-lhe
Tão bela serena morena
Sob qualquer lua quase cheia
Rabisco garranchos
Aponto o horizonte distante
Se poderes mágicos eu tivesse...
Colocaria o amanhecer dentro de uma garrafa e lhe daria de presente
Felicidade é clandestina
No entanto ela deixa a sua marca
Assim como as ondas sobre a areia pálida da praia
Felicidade clandestina deixa sua presença
Deixa saudades...
Carinho
Mas este não clandestino

A melancolia de um menestrel
Tocador de poesias
Um saltimbanco atrapalhado
Que luta contra todos os moinhos de vento.

Didiu