sábado, 30 de abril de 2011

O QUINTO POEMA

Meu quinto poema não poderia ser tão somente um único verso
Meu quinto poema não poderia ser tão somente um emaranhado de palavras desconexas
Ele surge a partir de minhas indagações
O homem em sociedade
Somos homens animais maltrapilhos ostentadores de tamanha estupidez exarcebada
Por onde caminha a humanidade?
Sobre cacos cortantes de nossas pegadas, sombras e sobras do que verdadeiramente somos. Vivemos à mercê da nossa própria ignorância.
Nossa beleza se refugia nos escombros da nossa alma que suplica por um razão consistente, coesa.
Os significados permanecem atados, coagidos, reféns de nossa cegueira instaurada, impossibilitando qualquer tipo de reacção que possa de alguma forma nos levar a uma grande mudança justa.
Mas, ainda continuamos imorais, imóveis, prostrados diante de tudo
Meu quinto poema não poderia ser mais do que uma voz, um fôlego que representasse a melancolia sarcástica, ressentida de um filosofo.
Meu quinto poema dança certa valsa aguçando meu ilustre paladar
Sinto fome, sinto sede, meu pulso, meus batimentos cardíacos. Preciso recuperar meus óculos... desconstruir algumas muitas verdades.


Didiu  2011

sexta-feira, 29 de abril de 2011

CINCO PALAVRAS

Poderia eu, presenteá-la com a mais linda jóia rara
Só para ver seus olhos por um instante sorrirem 
Asas eu lhe daria
Para que possas voar
Como no sonho de Ícaro 
Voar como os pássaros
Voar como um anjo...
Um anjo cupido
Que atira flechas nos apaixonados e enamorados
E quando acordar com seu all star no balanço de uma rede...
Tão bela guria!
Então eu lhe diria: a felicidade está aí dentro de você... em sua psique
Sim, eu poderia!
... lhe faria um cafuné.
Então eu lhe diria: a felicidade está na simplicidade... nas lágrimas do palhaço
Me dê cinco palavras que lhe faço uma poesia.

Didiu  2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

Sonhos...

Leveza branda que não se rompe
Mesmo de olhos abertos
Cativas meus muitos êxtases escondidos
Leveza branda sublinhando meu sorriso, meu riso
Minha gargalhada
Abro todas as janelas e deixo os ventos passarem apressados por mim
Ventos aprazíveis como os meus sonhos que se realizam em algum soneto

Meu eu lírico explode numa confissão
Minha dádiva, minha fé corrompida pelos prantos da dor
Que um dia foi-se em disparada ao encontro do meu mal-me-quer
Mas, meu bem-me-quer tranquilo... sereno

Sou tocador de liras poéticas, um sublime fragor
Adormeço com os meus sete anjos
Três querubins e quatro arcanjos
Bem-aventurado é  meu despertar


Ouço borburios do cálido silêncio
Eles estão em toda parte
Em todos os cantos da minha alma


Minha alma numa flor-poema
Desabrocha em desejo e prece
Realiza minha fantasia absoluta.

Leveza branda que nunca se rompe
Mesmo de olhos fechados
Meus sonhos...
Ponto.


Didiu 2011 




    

segunda-feira, 18 de abril de 2011

UMA VOLTA PELA CIDADE EM 80 MINUTOS. Parte 2

80 minutos não foram suficientes para ele. Seu pensamento queria circular um pouco mais pela cidade. Alias, pedaladas filosóficas sempre lhe proporcionavam momentos que o elevava à quinta-essência.
O poeta e sua bicicleta
Sob quaisquer luas
Minguante, nova, cheia, e, ou, quarto crescente
Doce é a vida. A liberdade!
De ir e vir, do vir-a-ser
Do ser de desejo, do desejar
Desejar o bem comum para outrem
De desejar ser desejado
De desejar um simples beijo. Um afago



80 minutos não foram suficientes
Ele ambicionava mais e mais...
Queria sentir o sol e aquele desgrenhado vento que lhe trazia sacis
Um passeio em quadrinhos, álbuns de figurinhas, bolinhas de gude e gibis.
80 minutos delongavam-se poeticamente trazendo brilho em seus olhos cinematograficos
Cenas se revelavam
Matéria prima para seus contos e poemas. Gestos, conversas, luzes, espectros e etcetara.
A cidade com suas personagens sob atenciosos holofotes.

E assim, desta tal forma que vos contei, passeia todos os dias nosso querido amigo poeta em sua adorável bicicleta pela cidade em 80 minutos e tantos outros mais.


Didiu  2011 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

UMA VOLTA PELA CIDADE EM 80 MINUTOS

Infinitamente imensurável, indizível
Ele não cabia mais naquelas rimas
Sorriso equivocado
Indagava o mar... os sonolentos ventos
O poeta saltimbanco disperso e atrapalhado
Jogando dados em seu mundo imaginário
Números pares, números ímpares
Sorte ou azar?
Lançava seus pensamentos ao acaso... às circunstancias que a vida lhe ofertava.

Poeticamente infinito, quase um grito
Etcetara e etcetara
Ele ousava sonhar, deflorava o mundo com suas cores e seus amores
Cadenciava suas virtudes para não perde-las
Não procurava o fim, nem o começo
Apenas vislumbrava o caminho com delicado deleite.

O poeta e sua requintada bicicleta
Uma volta pela cidade em 80 minutos.

Didiu  2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O INUSITADO

Ocorreu-me um fabuloso plano

Voar em um aeroplano para alcançar os céus

E junto às nuvens derramar diversos versos

E você certamente irá sorrir...

ao saber que também saltei de paraquedas,

recitando alguns dos muitos versos seus.

Insólita cena

O inusitado à la carte.


Didiu  2011

domingo, 3 de abril de 2011

Asas Tortas ll

Em teus belos versos

descansa o límpido

Generoso aos olhos, aos ouvidos

Palavras cativas.

A pele resguarda o gozo

Nasce o poeta de asas tortas

e a terceira margem do rio.


Didiu  2011