domingo, 28 de agosto de 2011

PALAVRAS SUAS... VERSOS MEUS



Vesti minha melhor roupa de comprar pão
Fiz poesias
Busquei sonhos para enfim devorá-los
Por alguns segundos... saí
Fiz-lhe haikais

Vesti minha melhor roupa de ver Deus
Fiz uma prece
Depois de devorar inúmeros sonhos...
Calcei os meus sapatos
Saí com seu sorriso
Contei os passos
Contei um conto... um faz de conta
A sua boca... os olhos seus
Palavras suas... os versos meus. 

Didiu  2011

domingo, 21 de agosto de 2011

DANÇA DOS CORPOS



A palavra nua
Excita alma

Da boca ardente
A língua saliva pele
Da carne tremula
Mãos percorrem lentas

Dança dos corpos
Olhos devoram olhos
Gozo
Pecado
Gosto.

Didiu  2011

sábado, 20 de agosto de 2011

FINAL DE INVERNO




Pelos pássaros daquele mês de Agosto
Veio escondendo o rosto atrás do seu véu... suas melenas

A ternura confundia-se com a brancura de seu vestido
Ela trazia as reticências... as palavras que apanhava no ar
E todo pensamento foi interrompido pelo delicado

Ela surgiu de alguns muitos poemas... dos livros de contos
Da lua cheia que agora míngua sorridente, de uma estrela cadente... dos olhos abertos para o âmago.
E a musica tocou o chão... os céus, os olhos dele.
 Fizeram-se flores e estrelas... o bem-me-quer, a dádiva, o pedido.

Ela veio conduzida pelos pássaros daquele final de inverno
Para recebê-la com elegância ele se fez cavalheiro... fidalgo.
 Ele vestiu seu melhor terno.

Didiu   2011

domingo, 7 de agosto de 2011

Já bem tarde, já bem cedo.

Já bem cedo
E o mar...
Eu vi você e seus cabelos à cavalo
Minha oração... minha prece
Sem pressa o sol sorriu dádiva divina e a chuva se fez lágrimas para dizer-te:
Não há mais tempestade!
E o céu encheu-se de azul
O preto. e o branco da foto se desfez... revelou-se então as cores de algumas notas de uma musica que soprava aos ouvidos com brincos de pássaro que não mais sobrevoava aquela cidade.

Já bem tarde
E a janela...
Aberta para o vento... uma brisa
O mundo dá voltas e gira, flutua como balões que escapam das mãos para enfeitarem os céus e seus... nossos olhos de longe.
Agradável música poema
E nossos ouvidos sorriram.

Didiu  2011

sábado, 6 de agosto de 2011

OLHOS VESTIDOS


E me vesti daqueles olhos vestidos de sorrisos
Medo
Mito
Temperança
Olhos em silencio não mentem
No entanto, entretanto, não dizem a(s) verdade(s)
O que passa reluta
Dribla labirintos
Passa os passos, o tempo... no tempo da ampulheta
Areias finas e pálidas do deserto
O deserto é o que há
Não há camelos nem dromedários
O mito narra
O medo cala
A temperança adormece
E me despi daqueles olhos vestidos das lágrimas de Heráclito
Para onde olha o melancólico?

Didiu  2011