quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Longe distante pelo alto

  


Lá do alto parece ser bom... com as próprias asas
“Dos olhos de outono”, doce busca de bons Invernos
A música que o guia vem de Greenwich
No silêncio barulhento dos ventos, plaina gracioso confortável
Porque é pássaro! Conduz olhos atentos, risca céus em veloz liberdade
E assim, no ar, pelos ares, sobrevoa mar campos casas, o poeta o poema, sorrisos e lágrimas

Poder-se-ia eu, tornar-me ser... quiçá um homem pássaro... um albatroz, blackbird tão longe, distante pelo alto nas alturas, perto dos sóis, das quatro luas.

Lá do alto parece ser muito bom...  com as próprias asas

E acompanhar... feito par... até as estrelas, e haikais.


Didiu  2011

 “Dos olhos de outono”  O meridiano da Gaivota - Melina Coury

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O CORTEJO


-Bela mademoiselle, peço-lhe, por obséquio, que me conceda, por esta noite, suas graciosas curvas para que eu possa enfim degustar. Há muito queria lhe dizer tais coisas... provocam-me arrepios pelo corpo e em meus pensamentos tornando-os sedentos e promíscuos. Meu desejo por você é de longa data. Passo noites em claros imaginando contigo realizar algumas das minhas mais picantes fantasias eróticas. 
Gastaria contigo se for necessário até o ultimo vintém!

Cortejo definitivo ínfimo imbecil... maltrapilho vulgar
A bela mademoiselle foi deveras ofuscada, desonrada desrespeitada. Não que ela conserva-se algum despeito contra meretrizes, mas caber-lhe-ia, no mínimo, algum respeito.

- Logo você, Sr Arlindo Valdo... um homem recatado, de diálogo eloqüente, conduta refinada. Um exemplar cavalheiro tão querido em nossa cidade.
- Me surpreende muito, e me desperta grandioso repudio por tamanha deselegância estúpida.
- Me tratar como uma rameira! Oras! Pois fique sabendo que a admiração que tinha pelo Senhor caiu por terra.
- E no mais... Passar bem!

Didiu 2011


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Repaginando rascunho século seco




Das pernas finas olhos tristes lagrimam sorrisos em mudos diálogos
Dos espelhos em cacos esfarelados pedaços... recompõem
Doce abstrato concreto
Linha reta se faz em curva

- Minha criança por que choras tanto?
Não estás com aquelas outras a brincar
Junte-se também a elas

Corpo introspecto frágil
Do outro lado uma terra dos sonhos lhe escapa utópico
Desmorona alma brava irrompe choro pranto
Tomba a criança
Do céu roga estrelas
Em prece reza além
Pele lamenta negra.

Didiu

domingo, 9 de outubro de 2011

MADEMOISELLE

Linhas desatentas circunscritas
Imaginária flor vermelha desabrocha lágrima alma
Um bem
Passar bem!
... e refeito meu defeito perfeito desafeto.

- Querida Mademoiselle me explica sobre a sua lei
Também lhe suplico um terceto seu para que possas me fazer contente
Deixa vir o sonho torto seu pecado vão vistoso

Música cretina
Gozo canalha
Meu juízo refeito

- Querida Mademoiselle me fale sobre a sua fé
Suplico-lhe seu corpo para que eu possa nele fazer carícias
Acalma meu viril desassossego com sua generosidade branda
- Querida Mademoiselle obrigadíssimo pela sua atenção!
Vamos brindar a palavra doce e aquela lua torta no céu
Aquela música saiu pela janela
Suave foi-se.

Sem mais delongas... entrega-me seu beijo agora.

Didiu 2011

DEVANEIO SOB CHUVA FINA


Eu vi sob a chuva gotas caírem
Céu carregado desfazia nuvens
Pingos folhas flores
Os pés molhados pulando versos-poças, contando segundos
Brotou poema, um belo haikai
Sombrinhas e guarda-chuvas resguardando segredos em úmidos passos
O doce o belo, as cores das águas dos rios de brinquedo...
Navegavam barcos de papel... e aquele soldadinho de chumbo sob a chuva fina pronta e torta

Gostaria tanto com a pequenina bailarina estar...  música pingaria do céu e os nossos pés molhados

Sob a chuva
Mês de Outubro
Minha primavera
Poesia de papel.

Didiu  2011