sábado, 24 de setembro de 2011

A menina que cozinhava palavras

 
A menina palavras cozinhava
A menina e seu avental
A menina que cozinhava silêncios
A menina...
Estômago satisfaz
Silêncios que engordam
Verbos à bolonhesa
Menina blue azul
Mine blusa mine saia
Aroma picante verso
O castigo da castidade
Mudo silencio

A menina que cozinhava palavras
A menina inventos inventava
Um
Dois
3...

Didiu  2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

NA TERRA DOS CHOCOLATES

Na terra dos chocolates todos andam de bicicleta, os coelhos abandonaram as cenouras... mas ainda continuam a usar suas elegantíssimas cartolas. As pequeninas formigas doceiras viraram salgadeiras. Dizem que estão lucrando absurdos e os negócios prosperam. Os velhos grilos e as escandalosas cigarras não cantam mais por aí como de costume, eles se profissionalizaram, entraram para o show business. Agora para ouvi- Los, somente mediante a um gordo contrato. A indústria do entretenimento cresceu vertiginosamente. Isso tudo ocorreu depois que aqueles quatro besouros cabeludos de Liverpool passaram por aquelas bandas. As rádios da cidade não param de tocar I FEEL FINE.
E o que dizer das atabalhoadas Baratas? Estas continuam atrapalhadas como sempre, vivem ziguezagueando pelas calçadas sem direção definida.
A terra dos chocolates cresce a cada ano, sua população vem aumentando velozmente, segundo as estatísticas. Na segunda quinzena do mês de outubro será inaugurada na Cidade, a fantástica fabrica de chocolates, gerando mais empregos para a população. O prefeito Honório Moscão promoverá uma grande festa na cidade, haverá apresentações musicais, teatrais e etecetera e etecetera. Será realizada também uma honrosa homenagem ao grande atleta da cidade, O jovem gafanhoto Teobaldo de Sousa. Nosso amigo Teobaldo conquistou medalha de ouro na modalidade salto triplo nos jogos olímpicos realizados em julho deste ano na Argentina.
E assim segue a vida da bicharada na terra dos chocolates, cada bicho conduzindo sua vida como pode, de acordo com as suas peculiaridades. Os macacos, as cegonhas (veteranas da maternidade), os crocodilos e os jacarés, as hienas, as centopéias, as pulgas circenses, as aranhas tecelãs, minhocas mineradoras, os vaga lumes (vigilantes noturnos), os barbeiros com suas barbearias...
Mas existe uma classe nada satisfeita com a atual conjectura. São os pequenos porcos burgueses que vêem a instalação da fabrica de chocolate na cidade como uma grande ameaça para seus negócios na fabricação e vendas de chocolates. Suas fabriquetas e chocolatarias estariam correndo grande risco com a agora toda poderosa concorrente de um grupo de estrangeiros. Já ouvi dizer de uma fonte fidedigna (que não ouso revelar) que estes tais porcos pequenos burgueses estão aproximando daqueles que vivem nos porões da cidade: a classe dos excluídos. São os ratos e os camundongos marxistas de porão, defensores do proletariado.   
É uma tentativa desesperadora dos porcos pequenos burgueses visando ganhar apoio dos ratos e camundongos, para defenderem seus velhos interesses.

Continua...
Didiu 2011
 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sobre as palavras... depois do café, depois do jantar.




Das palavras que adormecem

As palavras também adormecem
Existe uma grande necessidade para isso
Adormecer. Um sono profundo, um descanso...

Das idas e vindas

As idas e vindas constantes das expressas horas submersas de um tempo recalcado, fazem com que aquele “eu” peripatético tropeça varias vezes provocando alternadas derrocadas.

Depois do café, viriam as marés... maré alta, maré cheia ou preamar, maré baixa ou baixa-mar.

Das insurgências das palavras

Incompreensíveis aos olhos nus...  pois é necessário o dom. Um descodificador
Submeter-se às lágrimas, aos sorrisos desvairados, ao exílio
O hino da insurreição toca embrenhando-se pelas entranhas da alma, toca imponentemente despertando entrincheiradas palavras para mais um iminente levante. Um motim

Das palavras que despertam más

As palavras também despertam
Algumas se despertam falácias, demagogas e arrogantes. Demasiadas palavras
Estas são perigosas, algozes e dissimuladoras. Assombram os poetas

Das palavras que nascem e ou despertam benevolentes

Emergem das bocas dos poetas, e ou daqueles quase poetas, das variadas línguas, das bocas que versos recitam que versos declamam. Palavras minhas, palavras suas... de outrem. Quaisquer palavras, em todos os dialectos que fazem um bem danado. Confortam a alma. 


Depois do jantar, viriam as marés... maré alta, maré cheia ou preamar, maré baixa ou baixa-mar.

Didiu  2011

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dos fanfarrões dionisíacos


E aquele cheiro de álcool exalava propagando-se pelas longínquas distantes campinas
Eram tantas as bebidas... cervejas, vinhos diversos...
E lá estavam eles... todos reunidos numa grande confraternização. Fulanos, beltranos e cicranos
Demasiados humanos... equilibristas de botecos, botequins e ou tabernas,
fanfarrões dionisíacos, Beberrões... todos juntos brindando, celebrando a doce alegria, os sonhos... a utopia, a nostalgia... a vida!
Conclamando a multidão para com eles se reunirem num passeio inesquecível. Um passeio para lugar nenhum. Entretanto queriam alçar vôo até as nuvens e se divertirem com os pequeninos querubins.
Lá estavam eles... Adãos e Evas devoradores de maçãs e vermelhas uvas erguendo suas taças, canecas, vasilhames... diante de tantas e outras tantas necessidades.

Didiu  2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

FLOR-POEMA... ALGUNS TANTOS HAIKAIS.


Poder-se-ia dizer-te que enfim enviar-lhe-ia uma pequena flor-poema
Para poderdes-vos talvez... quiçá uma pétala de la arrancar
E a lua com sua brancura grata em gratidão de um bem-me-quer.
Versos
Versos
Versos... alguns tantos haikais
A poesia flor poema adormeceria com os pés entrelaçados como nó de desato nada fácil
Tantas pétalas sucederiam...
E das querências pelo dito poder-se-iam então realizar em versos
Versos
Versos
Diversos versos... alguns tantos haikais.


Didiu  2011

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Da sedução...

Calma lenta branda
Acalenta graciosa prece
Sem pressa reza
Oferta o riso, oferece a rosa
Em seu canto leito adormece

Devagar em sonhos desperta
Aparta, acalma ligeiro beijo
Do anseio em devaneio arrebata a dança
Encaixam olhos, penetra alma
Do suspiro o brilho desabrocha flor da pele
Da sedução nua dois corpos vestidos de carícias
Do sussurro... secretos segredos revelam

É fácil de explicar...
Termina doce
Luz do sol
Lua ainda desvenda cheia.


Didiu 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Da quintessência...

Implícitos se explicitam em versos com quentura
Um frenesi arranca-lhe a cor
Sutilmente desbotada... faz-lhe pálida
Desabrocha delinqüência pelo corpo
Momento fugaz habita alma... afoga-lhe
Afagos... um fado... dança das bocas
Sedentas bocas
Do céu...
Da quintessência ao gozo
Perdura calma
Esvai-se em gratidão
Recolore olhos.

Didiu 2011