Na terra dos chocolates todos andam de bicicleta, os
coelhos abandonaram as cenouras... mas ainda continuam a usar suas elegantíssimas
cartolas. As pequeninas formigas doceiras viraram salgadeiras. Dizem que estão
lucrando absurdos e os negócios prosperam. Os velhos grilos e as escandalosas cigarras
não cantam mais por aí como de costume, eles se profissionalizaram, entraram
para o show business. Agora para ouvi- Los, somente mediante a um gordo contrato.
A indústria do entretenimento cresceu vertiginosamente. Isso tudo ocorreu
depois que aqueles quatro besouros cabeludos de Liverpool passaram por aquelas bandas.
As rádios da cidade não param de tocar I FEEL FINE.
E o que dizer das atabalhoadas Baratas? Estas
continuam atrapalhadas como sempre, vivem ziguezagueando pelas calçadas sem
direção definida.
A terra dos chocolates cresce a cada ano, sua
população vem aumentando velozmente, segundo as estatísticas. Na segunda
quinzena do mês de outubro será inaugurada na Cidade, a fantástica fabrica de
chocolates, gerando mais empregos para a população. O prefeito Honório Moscão
promoverá uma grande festa na cidade, haverá apresentações musicais, teatrais e
etecetera e etecetera. Será realizada também uma honrosa homenagem ao grande
atleta da cidade, O jovem gafanhoto Teobaldo de Sousa. Nosso amigo Teobaldo
conquistou medalha de ouro na modalidade salto triplo nos jogos olímpicos
realizados em julho deste ano na Argentina.
E assim segue a vida da bicharada na terra dos
chocolates, cada bicho conduzindo sua vida como pode, de acordo com as suas
peculiaridades. Os macacos, as cegonhas (veteranas da maternidade), os
crocodilos e os jacarés, as hienas, as centopéias, as pulgas circenses, as
aranhas tecelãs, minhocas mineradoras, os vaga lumes (vigilantes noturnos), os
barbeiros com suas barbearias...
Mas existe uma classe
nada satisfeita com a atual conjectura. São os pequenos porcos burgueses que
vêem a instalação da fabrica de chocolate na cidade como uma grande ameaça para
seus negócios na fabricação e vendas de chocolates. Suas fabriquetas e
chocolatarias estariam correndo grande risco com a agora toda poderosa
concorrente de um grupo de estrangeiros. Já ouvi dizer de uma fonte fidedigna (que
não ouso revelar) que estes tais porcos pequenos burgueses estão aproximando
daqueles que vivem nos porões da cidade: a classe dos excluídos. São os ratos e
os camundongos marxistas de porão, defensores do proletariado.
É uma tentativa
desesperadora dos porcos pequenos burgueses visando ganhar apoio dos ratos e camundongos,
para defenderem seus velhos interesses.
Continua...
Didiu 2011
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