sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

OBSECADO POETA



Ele é a lenda
Dialética filosofica poética
Metamorfosea-se em prece
Suas preposições encerram-se de acordo com as suas vãs prerrogativas
Uma memorável memoria cambaleante nas entrelinhas de seus adoráveis poemas quixotescos
Assim ele se reconhece
És um virtuoso Visconde perdido em sua psique
Em suas caminhadas peripateticas contempla a flor que ainda não se despedaçou
Ele é o mito
Mito de Sísifo
Mito de Prometeu
Cansado dos olhares de outrem se resguarda em silencio
Seu grito são suas letras
Despeja palavras em si mesmo... pontos, virgulas, reticências
Disseram-me que sua pretenciosa obsessão é criar e escrever mil e dois poemas em um dia e uma noite.


Didiu 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Interminaveis Arlequins e Colombinas



As constantes ameaças das incomodáveis rimas me aflige
Tentam de todas as formas cadenciar meu ritmo, coagi-los. Manipular minhas palavras, conduzi-las por caminhos perigosos, caminhos que seduzem, que provocam a libido.
Incompreensiveis adjectivos. Assim é...Assim são.
Afrodisíacas tornam-se minhas palavras, cegas e reféns
Reféns daquilo que atormenta meu ser, que me provoca lágrimas ou qualquer sorriso
Quem eu fui, ou quem eu sou?
Talvez algumas pequenas rimas empunhando um estandarte, desfilando em praça publica, anunciando um provável adeus aos meus intermináveis Arlequins e Colombinas.
Não quero aqui me justificar, nem tão´pouco me conter. Mas, estas tais rimas tortas em lentidão, desvairadamente devagar divagando em círculos, insistem de alguma forma repudiar-me, arrancando assim meu porvir.


Didiu 2011

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pouco Muito Poeta



Ontem, um anjo Serafim de asas prateadas, montado num elegante cavalo passou por mim me deixando um tanto pouco poeta.
Fotografou sem que eu o permitisse meu mundo imaginário, minhas verdades , minhas mentiras
Trouxe-me também uma caixa de papelão contendo alguns muitos livros, e justamente aqueles cujo, não existiam na minha querida biblioteca.
E sem que eu tivesse qualquer tipo de reação, foi-se galopante sem me dar tchau, sem me dar adeus.

Hoje, um anjo querubim de asas douradas montado num elegante cavalo prateado passou por mim me deixando um tanto muito poeta.
Trouxe-me fotografias reveladas do meu fantástico mundo imaginário, das minhas verdades construídas, das minhas mentiras conduzidas com cautela. Entregou-me também uma sacola e um embornal contendo vários muitos escritos, contos, poemas, versos, e poesias.Todos de minha autoria!
E sem que eu pudesse ter qualquer tipo de reação, me cumprimentou cordialmente e foi-se galopante me dando tchau e um empolgante adeus.


Didiu 2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A mocinha, o banco e as caravelas cabralinas


A mocinha

Acolhe com afago seus mais belos anseios
Realiza-se contemplando as caravelas cabralinas
A inquietude lhe pertence, é atributo de seu ser
Reúne palavrões em fila, ordenando e coordenando-os para as iminentes batalhas.
"Nelson a deixou como saldo uma espécie de imunidade amorosa"
Insiste em caminhar todas as manhãs pela praia na busca incansável de vestígios que possa lhe trazer de volta a fragrância das noites de lua cheia repletas das deliciosas aventuras e brincadeiras amorosas.
Tão bela jovem mocinha, fez daquele banco seu trono, seu divã.



O banco

Não se trata aqui de um banco qualquer
O valor que este tem torna-se um tanto quanto imensurável pela sua invejável peculiaridade.
Honra para poucos! ter o privilegio de acolher e recepcionar aquele formoso introspecto fantasiando-se na leveza do imaginário.
Sorte a sua também os homens da prefeitura corrupta não tê-lo arrancado dali, já que aquela área passava por uma inexplicável reforma modernizadora.
Apesar de tantos e muitos outros nele também se sentar, ninguém comparável a bela jovem mocinha lhe fazia tão bem.União perfeita, belo par, bela fotografia.




As caravelas cabralinas


O que lhe faz crerdes que a ultima caravela de Cabral daquele projecto ultramar português, retornará trazendo consigo ainda boas velhas novas do lado de lá?
Ou porventura encomendastes jóias preciosas e tecidos raríssimos da velha e encantadora grande Lisboa?

A mocinha, o banco e o mar de 2011 trazendo caravelas cabralinas para o lado de cá.



Didiu 2011




quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

HOMO SAPIENS HOMO FABER



Elogio às afirmações não validas,
que tentas de todas, e, ou quaisquer formas, burlar as convicções de todas as almas
Faço-lhe cumprimentos
Aperto-lhe as mãos
Mesmo que me devores sem apetite
Mesmo que não satisfaça seu impetuoso estômago dilatado pelo vazio

O que são as virtudes?
Para que servem ?

Portanto... no entanto...satisfaz-se sorrindo, blefando
Tornando suas palavras curtas, sobretudo justas!

Todos os relógios estão atrasados
Não conseguem mais acompanhar o tempo destes nobres e soberanos homo sapiens, homo faber.


Didiu 2011

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Embriaguez


Vou me embebedar!
Tomarei um bom vinho num balde
Trazerei à tona tudo aquilo que está intrínseco em mim
É necessário desafiar os Deuses mitológicos... os vendavais
Preciso fazer parar chover
Cairá neve!
Congelará tudo
E no final... ao anoitecer...
Dançaremos harmonicamente uma falsa com os nossos requintados e queridos patins.

Didiu 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Mãos Atadas


Mão interrompida ao vento que brincava por longas e delongas horas.
Sem contudo nada de concreto à lhe oferecer
Nem um sorriso ou lágrimas
Então, restara-lhe apenas o mar
... e com a outra mão riscou o céu apontando para o pássaro que voava livre e tranquilo
Este é seu irredutível ritmo
Frenético, pouco em demasiado
Absoluto, firme em glória
A cada passo, ponto...
Um doce beijo no introspecto arrancastes por inúmeras vezes, seduzindo a si mesmo
Violando sem pudor seu tão nobre e amável âmago, paralisando-o sucessivamente.

Mãos atadas ao vento...

CIRCUNSCREVER


Dois copos
Dois corpos
O cigarro está na sacola plástica
Os ventos não são artificiais, apesar dos eficazes e nobres ventiladores
Circunscrevo-me apressado suplicando por momentos que retrocedem-me,
fazendo-me perder por caminhos ainda desconhecidos.

Um verbo sem predicado
Com palavras tecendo teias que me devoram

Dois corpos
Dois copos
Um copo com café e leite ao amanhecer.

Didiu 2011