domingo, 28 de dezembro de 2014

Prófugo



Aquele beijo agora é lágrima da saudade
Corpo à deriva
Sem mar pra navegar

Naufrágio do amor

E as marés pelas manhãs... sem noticias do além-mar

Devagar sem pressa
O tempo e o vento torto
Cartas escritas, versos ao mar
Palavras caminham mudas

Açoito-me em quatro atos:

1° ato

Toda condescendência da lua que míngua

_Ó lua, banha-me com tua brancura!
_Desata-me dos nós das amarraduras
_Conceda-me a sabedoria do recolhimento

2° ato

Sobre a clausura do recolhimento

Suplício do silencio
Monastério da alma
“A terceira margem do rio”
Remanso...
Sigo errante pelo efêmero

3° ato

A lua que se preenche

_Te tornaste ainda mais bela, ó lua!
_Tão bela como a flor que tu me deste
_Teu iluminamento faz-me oração e prece


4° ato

A poesia e o poeta, a verdade e a voz da alma

De todas as verdades, a mais sincera habita no âmago da alma. Às vezes ela surge pela janela dos olhos. 
A poesia é a pele do poeta, mas é a pele de dentro.

Didiu 2014 
 

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