Aquele beijo agora é lágrima da saudade
Corpo à deriva
Sem mar pra navegar
Naufrágio do amor
E as marés pelas manhãs... sem noticias do além-mar
Devagar sem pressa
O tempo e o vento torto
Cartas escritas, versos ao mar
Palavras caminham mudas
Açoito-me em quatro atos:
1° ato
Toda condescendência da lua que míngua
_Ó lua, banha-me com tua brancura!
_Desata-me dos nós das amarraduras
_Conceda-me a sabedoria do recolhimento
2° ato
Sobre a clausura do recolhimento
Suplício do silencio
Monastério da alma
“A terceira margem do rio”
Remanso...
Sigo errante pelo efêmero
3° ato
A lua que se preenche
_Te tornaste ainda mais bela, ó lua!
_Tão bela como a flor que tu me deste
_Teu iluminamento faz-me oração e prece
4° ato
A poesia e o poeta, a verdade
e a voz da alma
De todas as verdades, a mais
sincera habita no âmago da alma. Às vezes ela surge pela janela dos olhos.
A poesia é a pele do poeta,
mas é a pele de dentro.
Didiu 2014