Vazio da cor da
brancura pálida tela branca
Traços por fazer
alinhavados em meu pensamento e em minhas mãos prontas
Poesia para ela se
desentristecer, sorrir tranquila, curar-se de quaisquer feridas que sejam
Um vazio para preenchê-la
Um paradoxo poético!
A ternura infinita com
sabor dum cafuné infinitamente polido para matar a sua sede, interromper a
escassez, o estado febril que insisti em insistir
O vazio como
recipiente, um copo d’água com versos destilados, frases liquefeitas
Um antidoto,
emplasto machadiano.
E a graciosidade
das belas palavras brotando para acaricia-la, para todo seu gracejo elevar-se
Do rés do chão as
alturas!
Derramar sobre o
silencio uma música para que possa fazê-la adormecer todas as noites e
conduzi-la a sonhos com a beleza e delicadeza das cores dos campos de
girassóis, e ao despertar, o amanhecer azul girando em sua orbita, no
céu dos olhos dela
Olhos negros que
falam
Recitam (exalam)
poemas mesmo estando fechados
Lá dentro dela, em
suas intimas paginas, num canto qualquer de sua alma, no seu vazio repleto de
linhas bordadas, tecidas pelas mãos de seu coração tecelã
O aroma dos olhos
dela (teus)
O frescor dos
versos
Para transbordar no
vazio.
Didiu 2019
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