sexta-feira, 20 de setembro de 2019

tua nudez em mim


Diante da música, frenesi, e as nossas línguas, nossas bocas
O gosto do gozo, tua respiração em mim
Teu corpo nu colado ao meu, tua pele suave aveludada
Teus olhos negros pela madrugada e toda a essência do vinho que nos permitiu.

No sofá, no aconchego da cama, entre travesseiros, devagar... tua nudez em mim
Tuas costas, tuas bahias, sorriso perfume, cabelos e franja
Nossas línguas , idas e vindas na cadencia do ritmo, no toque suave mãos e dedos

Interrompeu-se o tempo
Fez-se poesia
Teu sexo minha boca sedenta e a tua
A rima, todo erotismo permitido
O belo, a tua beleza e a lua lá fora à espreita escondida

E pela manhã de manhãzinha enquanto tu dormias
Um beijo em teu rosto eu deixei

E os olhos teus e os olhos meus amanheceram
Devagarzinho carinhosamente assim.

Didiu 2019 





poema proposto - tuas costas nuas


Que formosura, que charme é esse, que provoca o verso, que provoca poesia, que deixa mil palavras inquietas, desassossegadas...que deixa o tempo confuso e incontrolável
Que delicadeza é essa que lhe faz atrevida
Vestida com a cor da noite, cor de rosas de Halfeti.
Em seu corpo repousa (desperta) a música que lhe guia, que lhe conduz, que lhe faz imensa
Está escrito nesse seu olhar, no seu corpo vestido, despido
No céu dos seus olhos negros
Nas suas curvas e esquinas, no seu silêncio íntimo .

Ritmo devagar no íntimo de tua alma
Tua nudez
Tuas nuas costas
Tua pele, tua música retratada
E no ritmo dos ombros teus, um verso à flor da pele passeia poetizando todo teu corpo, toda a tua doce sensualidade, paralisando o tempo... as horas.   

Frio, palavras miúdas
Brisa que passa, sons e silêncios
Seus olhos, seus ombros, corpo, pés e mãos
Seu rosto e o poema proposto, algumas vontades transbordam outras transbordam também
O poema ainda não escrito, ainda não dito.

Palavras miúdas, minúsculas como um grão, um grão de areia trazido pelos ventos, pelos ventos dum julho que vem de longe
E da sua janela um céu com tons de música, um sol sorridente e uma xícara de café

Tardezinha, a manhã já se foi, passou
Mas tranquila é a noite, noite da lua tímida que míngua, da estrela cadente, ardente, das bocas que se encontram, dos poetas, dos sonhadores, das línguas que se enroscam, das salivas com gosto da doce maçã do amor, das vírgulas, dos versos que saltam, das rimas que se (re)juntam e insurgem numa taça de vinho de um Deus grego ou quiçá Romano.    

Frio, palavras gigantescas
Palavras que se afloram
Palavras
Palavras...palavras
Palavras entre as suas mãos
Reticências palavras
Palavras e você.

Didiu  2019





quinta-feira, 19 de setembro de 2019

para transbordar


Vazio da cor da brancura pálida tela branca
Traços por fazer alinhavados em meu pensamento e em minhas mãos prontas
Poesia para ela se desentristecer, sorrir tranquila, curar-se de quaisquer feridas que sejam

 Um vazio para preenchê-la

 Um paradoxo poético!

A ternura infinita com sabor dum cafuné infinitamente polido para matar a sua sede, interromper a escassez, o estado febril que insisti em insistir

O vazio como recipiente, um copo d’água com versos destilados, frases liquefeitas
Um antidoto, emplasto machadiano.
E a graciosidade das belas palavras brotando para acaricia-la, para todo seu gracejo elevar-se

Do rés do chão as alturas!

Derramar sobre o silencio uma música para que possa fazê-la adormecer todas as noites e conduzi-la a sonhos com a beleza e delicadeza das cores dos campos de girassóis, e ao despertar, o amanhecer azul girando em sua orbita, no céu dos olhos dela
Olhos negros que falam
Recitam (exalam) poemas mesmo estando fechados
Lá dentro dela, em suas intimas paginas, num canto qualquer de sua alma, no seu vazio repleto de linhas bordadas, tecidas pelas mãos de seu coração tecelã

O aroma dos olhos dela (teus)
O frescor dos versos
Para transbordar no vazio.

  Didiu 2019



quarta-feira, 18 de setembro de 2019

palavras que ficam - corpos colados


Mordidas que ficam no calor dos corpos.
Nus, unidos, colados.

 A fragrância do sonho, de sonhos a se sonhar.

Do silencio solto nas pontas dos pés descalços sobem versos

Pecado absolvido
Um Doce pecado
Uma palavra benquista açucarada

Sobem versos rio acima
E dos olhos negros lembrança que passa perpassa percorre, reincide 
(Cheiro de noites pétalas vermelhas brancas perfumadas)

Frases, confluências, todas as reticencias possíveis aproximáveis     

Descem rimas rio abaixo
E a lua absoluta testemunha cheia
Lua cheia branca lírica
Que nos contempla nos incendeia
Que faz de nós um só candeeiro
Fragmentos cancioneiros.

Didiu  2019