domingo, 20 de novembro de 2016

das palavras tintas delicadamente suave (seco cabernet sauvignon)


O gosto seco das palavras tintas delicadamente suave

Sabores e dissabores das dores horas e dose segundos inventados para um verso calmo, uma versão poética dum conto propositalmente incidental e forjado. Doses de taças embriagadas de sonhos e imaginações translúcidas. Lucidez conduzida, transbordada. Laços desatados e os pés descalços procurando trilhas e vestígios desbotados.


O gosto da lua triste pela janela rascunhando bordados entrelaçados ao som duma noite úmida. Narrativa cálida  


Sutileza descrita


 Nuvens para outro dia qualquer

Qualquer outro dia, outra noite. 


Didiu 2016

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

navegante dos versos tortos



Tuas asas abertas, sempre abertas providas de versos. Calado navegante aponta e rema insistentemente atravessando neblinas, restabelecendo sonhos.


Voou e amou o todo

Poetizou os céus, as nuvens brancas, as luas, as tuas… os sois – girassóis, as estrelas, os mares, as marés, os ventos, os cataventos, os moinhos de vento.
Poetizou a vida, cativou o amor, sorriu para as lágrimas, chorou o riso.

Despediu-se da dor

Entre rios... um terceiro sol, a terceira margem

Sonhos quaisquer

Admirações, amor, amores, o desejo, o delicado porvir
Pele, olhos, olhares, sorrisos e tatos.

Voou e amou o amor.



 Didiu 2016

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Ela (mademoiselle)


Ele estava lá, apreensivo, submerso e, sobretudo enigmaticamente estático. Entalados na sua garganta, verbos verberavam-se. Teus olhos emudecidos tremeluziam. E o sopro daquela imagem caprichosamente lhe murmurava ao pé do ouvido. Segredos, revelações, voluptuosos desejos... 


burburinhos

Vento cochichando: 


_É ela... É ela!

Didiu  2016

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

(des)construindo

Não...

Li num livro

Sim

Aprendi

Guardei num pedaço de papel com cor desbotada de pele leve suavemente forte


Fingi não ver

vir para fechar os olhos

Para ter sonhos trêmulos

Despertar silêncios castrados atados mudos

Pequenas e indiscretas de fato, palavras tais ousadas e acusadas. indiciadas por narrativas demasiadamente demagogas

Correndo correndo correndo desesperadamente em demasia...um suspiro para um fôlego. Correndo noite adentro dia a fora.


 E a chuva surgiu molhando os paralelepípedos.


Didiu 2016


segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Silenciosamente

Permita-me dizer silenciosamente assim

A fim

Uma flor

Cor

Para mim

Permita-me querer

Sonhos

Nuvens e céus azuis com anjos noturnos em cavalos marinhos, lua e luares, lugares pelos longínquos confins  
Meio fim...vontade dissolvida num copo d’água pela manhã. Risco de embriaguez!

Fecho os olhos para que você me permita   

Janelas, portas, gavetas, entrelinhas... dizeres, prazeres, travessuras, travesseiros, lençóis, mares, mar, ar, loucura, lucidez...

Uma pausa - lagrimas e sorrisos. DEVANEIOS PELOS ARES, PELOS MARES DO ÂMAGO!


Me permita.

Didiu  2016




quarta-feira, 24 de agosto de 2016

num canto qualquer dum verso despetalado

A lua se põe supostamente no amanhecer dos versos dum despercebido poeta escondido nas entrelinhas do seu maldito ego

 lua meio tonta estonteante minguante

lua lua luar

lugares

campos de girassóis lunáticos e as cores dos muitos medos e duvidas distraidamente invisível

ocasião  das pétalas... flores desvairadas para uma dança sem musica e patética


a poesia, a lua e o poeta

a rua fria, a noite que aquece a madrugada... luzes, sombras, escuridão, cactos e cacos de palavras fúteis corriqueiras vindas com o vento.

A lua cresce
A lua desce... escorre pelos olhos
E o poeta despetalado – bem me quer mal me quer- gira só – sóbrio absoluto diante dum sol ainda distante.

Didiu 2016


quarta-feira, 13 de julho de 2016

Ana



Ana tem os olhos negros de pérola, olhos cálidos e a pele clara e branda
Ana sorri
Smile

Excuse me, mas ela sorri
Com asas para o voo
Junto aos pássaros
Que migram para os céus dos sonhos distantes

O mundo aos olhos dela... Alma que dança, baila, flutua esquiva... estica, cativa.
Ana dos versos nos pés, nas pontas dos dedos e das mãos aponta apronta música, uma canção de amor para ela.

Ana
Mar
ondas e o oceano
Palavras pelas marés

A
N
A

Didiu  2016



segunda-feira, 11 de julho de 2016

melodicamente em mim

Linhas... o tinto Adiante, diante dela:

A lua

A música que brinda e eu olhando, ouvindo atenciosamente os instantes... versos que giram
O efêmero que se esvai...
O sorriso esticando, tocando as vontades... transcendendo
À noite pela madrugada que se arrasta devagar ligeiramente pálida e branda
O suave doce... seco da cor da uva, semi-seco adicionado aos tons pastel
Cores fortes me suavizam... sinto-me sentido sentindo sentidos
                                                                            
Paginas dum disco... uma taça, uma dança, silencio que grita que compõe sonetos

Um brinde...

Para uma véspera a espera, a espreita numa esquina qualquer de um desejo qualquer, de uma esperança qualquer. Sons sonolentos para uma crônica, para uma aranha tecelã esboçadeira de teias, de pensamentos moldados em paredes desbotadas com cascas soltas e dissolvidas pela generosidade do tempo.

Folhas brancas e pálidas

Um texto porvir... um beijo destilado. E na memória da melhor faixa (nas entrelinhas): um tímido sorriso bucólico.  O som do frio pelas frestas, e os parágrafos ordenados indagando-se entre si sobre uma provável interferência dum insight inquieto pronto para dizer

Andando com segredos e melodias nos bolsos

Estrofes, versos
Amor mar sonhos e uma brisa leve
Sorrateira brisa leve
Que move e remove
E dissolve
Abrevia


Didiu 2016



  

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Poeminha meu


O teu mar asas e flores pra voar ... pouso no silencio dos olhos dizendo
Ancorar pra descansar... passear perto do rosto dela

Alguns lugares para amanhecer num canto qualquer

Doce

Pra entender e sonhar sonhos...

às vezes... sempre pra chegar se assim for
                                                                                                                                   
e ir embora

olhar para trás

interromper para continuar continuando... doses de reticências

Quiçá sobre os ventos, sobre ela, os olhos dela, a menininha dos olhos dela.

Música para despertar sorrisos soltos

Poeminha da cor do batom
Tom vermelho Jobim.   

  

Didiu  2016

terça-feira, 14 de junho de 2016

D' Alma


As árvores sopram...

os ventos cantam uma dor cortante e meu coração continua frágil, pesado tentando saciar o apetite feroz que devora minha mente
eu olho para os pássaros que da lua voltaram se embebedando em meus cachos com olhos de uva e mel

Meu sorriso estremece

o frio me aquece quando fecho a janela, olho para ela

minha boca está em ti, em teus olhos a me invadir, sinto teu coração bater

coração que parece sofrer

me morde, me acalma, acalenta minh`alma

Acho que vou morrer!

Sorriu, não nego

me sinto, sou cego

te abraço, gostoso e sinto teu rosto 

dos pássaros no meu estômago

se faz
um esboço
solidão
sorrateira
duvida 
passageira
paixão
certeira
morte

derradeira.

Ana 2016

segunda-feira, 6 de junho de 2016

para sonhar alguns sonhos que aprisiono (nuvens que cativo)

conforme a chuva não vir... às vezes saiu por aí para encontrar a lua no ar do céu e as estrelas nos olhos dela. Um sorriso um Carnaval, colombinas e pierrots
Eu não sei, e me cerco da coragem que invento

Delírio do sol nascente

A rua que antes me propunha conversas de minha madrugada nua, hoje passou... e fez-me devagar distrair pela claridade
E a cidade me soprou macio

Ela dançou num sonho que me acostumei

A música pousou no despertar para acordar de longe ao longe bem perto
E desperto vazio me refiz.

Aprisiono nuvens para os versos meus

Didiu 2016



sábado, 28 de maio de 2016

A dança


A luz sela a paz
Entre a dança de seres cósmicos
Cheios de pura energia onde não há espaço para guerra
Onde não há espaço para nós

A paz é mais que puros olhos vêem
Mais do que amor entre irmãos
Ultrapassa o fim da guerra
Ultrapassa o fim da destruição

Na hora da morte quando você nada vê
Um feixe de luz brilha no horizonte
Permito então que ela me invada

Invada meu ser!

Sinto então um burburinho; pássaros cantam
As árvores estão em uma dança alucinante com seus cabelos crespos se esvoaçando
Com o vento
A luz do sol queima
Não sinto dor

Aquela energia invade o meu ser
E sinto pela primeira vez que vale a pena morrer
Então a paz finalmente me encontra

Não sinto nada.


Ana 2016




domingo, 15 de maio de 2016

segredos...


Um versinho
Uma estrela contente cadente que passou
Fez-se música
e algumas muitas rimas e cifras
 ...reticências 

Rimas para lua
Uma dança
Um sol para amanhecer

A poesia de um livro
O poeta de um poema só
Os livros e os instantes

E lá fora a fotografia do tempo míope sem óculos

Guardo os meus relógios cegos e sem ponteiros
Vejo as horas e os sonhos dispersos
Navego pelos segundos
Mares, marés e segredos

Aonde...
Onde

Ondas.

Didiu 2016

sábado, 7 de maio de 2016

POÉTICA LUNAR


A lua...minha orbita no céu do poema
No poema do céu
Transcendendo minha sede

Eu

Argonauta, astronauta
Remoendo minhas vontades, verdades, invenções, meus contos de cor azul, sonhos alinhavados, destilados num copo vazio d água sem gás

Meu mundo da lua

Lar
Luar
Lunar
Lugar

Minha noite à meia-noite
Meio-dia, meu dia de tarde, crepúsculo, instantes

Minha terra à vista!
Licença poética.

Didiu 2016 

sábado, 30 de abril de 2016

Correr


Por que me disse para correr?
Um vazio percorre meu corpo
E minhas pernas de louça estão prestes a se quebrar no ranger dos dentes
O frio congela minha mente fazendo-me gritar

Enfie as mãos pelo meu peito
Sentirá o coração bater por dois ou três segundos talvez
Depois eu irei morrer

O tilintar dos sinos parece me ensurdecer
Começo a fintar os laços
para enfim amanhecer

O grito se abafa
O sol se põe
A escuridão se foi

E em que correr me salvaria?

Ana  2016



domingo, 24 de abril de 2016

Lunar


Imagine

 estrelas cadentes - um terceto
luas cheias, crescentes e minguantes – um quarteto
Uma constelação de haicais, versos transitando entre nebulosas
A música suave dançando, valsando
Luzes e palavras, nuvens distraídas, o vento, a brisa branda ligeira, o riso, o sorriso da madrugada querendo adormecer num sonho

Ouça, feche os olhos

Imagine

Desperte o sonho
Voe calmamente deixe-se flutuar pelo toque, o tato
Os sons, o silencio, o burburinho, o sorriso dos olhos

A menina dos olhos

A música, a lua e a mocinha (bela e sem vírgulas)
cores e cifras
acordes, texturas e o ton.
a letra
a vogal
consoantes
instantes

a rima, a neblina.

Didiu 2016



sábado, 9 de abril de 2016

outono flores folhas e um pensamento


Discos, vitrolas radiolas...LP/s – com(pacto)
O mundo gira poesias
Lado “B” da vida, um caminho dois acordes para acordar discordar, o Sol, a lua, e o vento
Lento e a noite escondida...algumas (entre)linhas numa mistura de vozes

Acordar sem dormir no volume máximo tranquilo para escutar a cor, os olhos, o ton, o batom e o mel
Pensamento que se perde, que se encontra, reencontra o mar (inexistente) pálido, tácito

Do outro lado um soneto, porventura, talvez ou, quiçá um terceto
Trincheiras que roubei (uma expropriação)
Armadura transbordada com palavras, rimas e uma vermelha rosa flor cor-de-rosa.

A música

 Didiu 2016

domingo, 3 de abril de 2016

sobre a noite de ontem

Para poesia ter o que dizer: mais uma dose
Vida para poder remar
Para poder dizer metáforas, desenhá-las
Sonhar utopias
Leve, tranquilo suave amanhã para despertar
Bem cedo para continuar fotografias, imagens e o tempo
luas e nuvens 

Uvas e o pano vermelho de uma música a dois que roubei
Sobre o branco – sobre a mesa – sobremesa
Óculos derramados roubados pelo tinto vinho  
Conversas em cartões não postais

tim tim

Sorrisos e versos

Didiu 2016




segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

dois

A imaginação... o sonho que sopra
o desejo
O corpo que fala que diz, música suaviza
À noite, a chuva, a vontade do gozo, das línguas enroscadas juntas
Bocas que murmuram
Pernas nuas, calor que sacia gemidos úmidos, a cede do corpo, a pele arrepia

Desatando nó
Os detalhes do laço
O amasso
A maciez
Deslize

Didiu  2016