quarta-feira, 21 de agosto de 2013

De Bia para Antônio



Envolta pelo silêncio de seu quarto, Bia recusa-se a pensar em Antônio. Algumas coisas simplesmente não tem que ser, pensava resignada. E com os olhos invocava palavras em poemas:

Amor da minha’lma
Quão distantes ficaram nossos destinos
Desentoados pelas palavras doentes
E pelo silêncio amargo
Quanta dor nos causamos
Levados pela incompreensão
Pela ausência de nossos olhos
Frêmitos de medos
Recusamo-nos a nos entregar
Seja ao sentimento
Seja à vida
Medos que acabaram por nos afastar
Amor da minha’lma
A partida do meu corpo
Não significa a morte do meu amor
Representa apenas a recusa
Perante imagens intocadas.
A chuva que toca o meu rosto
Me faz sorrir e amar
A chuva que toca o teu rosto
Te faz navegar em outro mar.

Gleice Zanotti  2013

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