Gravata borboleta, um laço.
Primeiro ato: Um nó
Ela: quem sois vós?
Segundo ato: Desata... ata-se.
Ele... de pé... e tropeça diante dela lançando-a ao chão
Ele: Mademoiselle queira-me desculpar, sou tão distraído.
Ela: Seu imbecil distraído!
Na rua dos bêbados exaltados em delírios, fornicadores afoitos avançam sobre as raparigas.
Elas: Deveriam aprender o latim!
Alguns zombadores: E o cavalheirismo!
Ele agora cabisbaixo em lamentação remoendo Álvares de Azevedo vê sua alma transcender.
Sua indisciplina se esvai.
Terceiro ato: Sobre a elegância e a eloquência.
Servi-se da bebedeira com requinte elegância e eloquência refinada.
Ele: ”Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu...”
Ela: O que declamas com tão desenvoltura?
Ele: “Amor” de Álvares de Azevedo! Escritor da segunda geração romântica. Contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro.
Queira-me desculpar mais uma vez pelo constrangimento de vossa queda.
Dezenas de sorrisos brotam nos olhos da bela mademoiselle, agora fascinada pelo (dês)alinhado e bêbado poeta.
Didiu 2011
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