Apontou para o alto e fez da lua seu brinquedo, catou algumas estrelas contidas no céu e as guardou no bolso esquerdo do seu paletó.Então, encerrou os olhos e se pôs a sorrir.
Lamentou a vida e suas indelicadezas... serviu-se com mais uma xícara de vinho com poesias. Bebeu... embriagou-se. Agora vomita versos, tropeçando em vírgulas, se desequilibrando em reticências.
Ele acredita em fantasmas, diz que consegue vê-los. Alucinações de um poeta em devaneio. Talvez...(?). Contudo se refez... recompôs-se de uma ressaca filosófica.
Está preste a amanhecer, o galo canta,a lua se desmancha. O cheiro do maduro e a convicção da realização de tudo aquilo que desejara concretizar se aproxima. Precisa dormir para ainda acordar, e ver o dia com seus bons dias, leite, café e pão de padaria. Acordar e sorrir para o bem star diante do espelho, com seus cabelos ainda desgrenhados e olhos ressaquiados de tanto sono que não se cessa. Mas queria ficar alguns minutos acordado para cometer alguma sublevação em seu pensamento inquieto e subversivo. Reteu-se... utilizando sutilmente de descompassados e sonolentos passos se atira aos travesseiros e entrega-se a sua confortável cama.
Descansa à beira do sono breve
com sonhos longos ininterruptos
para despertar haicais.
Didiu 2011
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