Repetiu o mesmo gesto de sempre, cumprimentou a vida ouvindo mais
uma vez aquela suave voz que sempre lhe sussurrou baixinho ao ouvido,
repousando no pouso. Pausadamente de um jeito diferente, Antônio anotou um
verso no verso dum rascunho cosido por ele mesmo momentos antes de Bia
despedir-se dele, deixando uma rosa branca ao seu lado sobre a cama ainda
aquecida pelo calor dos afagos e vestígios de seus corpos sedentos. 07:00 da
manhã daquela segunda feira preguiçosa marcava o radio relógio que ficava na
estante junto com seus queridíssimos e inseparáveis amigos livros. Meia hora
depois ele despertaria para que seus olhos enfim abrissem definitivamente para
o dia, para a vida, para sua inesperada viagem.
Enquanto isso, a duas quadras dali, Bia num ponto de taxi
esperava ansiosamente por um taxi que a levasse de volta aos seus sonhos, suas
utopias, fantasias... para junto de seus confortáveis travesseiros que tanto lhe
faziam companhia nos dias nublados sem Antônio
Naquele dia, Antônio partiria para Paris, ficaria por lá alguns
meses.
Antônio gostava de François Truffault e Brigitte Bardot
Bia lia Clarice Lispector e Rubens Fonseca
Algumas horas depois, já em casa, Bia liga para Antônio
Antônio
_ Alô!
Bia
_ Antônio!
Antônio
_ Bia!!!
Estava pensando em você aqui, saiba que estarei levando comigo a
nossa música e a rosa branca que você me deixou. Já sinto saudades...
Bia
_Estou ligando pra lhe
dizer o quanto gosto de você, e lhe desejar uma tranquila viagem. Você estará
aqui comigo todos estes meses que nos separarão, apesar da distancia estaremos
sempre juntos
Gros bisou, tu me manques déjà.
Didiu 2014
Um comentário:
como escreve beeeemmm! texto e som! bem que poderia escrever um romance!
Bjs, poeta!
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