sábado, 19 de janeiro de 2013

Faço-te




Abraço-te

Adormeço ao lado teu, mesmo sem tocar-te
Amanheço com tuas noites
Faço-me lendo-te
Faço-me conde, visconde das letras
Minha literatura és tua... alguns manuscritos pra acariciar-te... palavras que delongo... alongo até formar versos pelos quais te dedico sempre

Sempre que permanecer, haver... sempre

Para que fiques perfeita em meu retrato, (re)trato-te naturalmente como tu és
Sorriso límpido, amáveis olhos, branda pele quase pálida, seminua beleza grega olimpiana

Entretenho-te num sonho fictício, numa jornada repleta de estrelas cadenciadas pelo poema no qual cubro teu corpo para proteger-te. Te adornar

Minha...
meus pinceis
na dança lenta das tintas, tua pele fica.

Vislumbro teu corpo, tua alma: cores para meus tercetos e também meus sonetos!

Escrevo-te nua na tela para depois me despir
Silencio-me, me calo para ouvir teus leves traços que me levam

Visto-te. 


Didiu  2013

domingo, 13 de janeiro de 2013

A menina do mar





Chegou trazendo alguns muitos (in)voluntários sóis e girassóis

E da lua roubou teu branco...

coloriu teu barco

sorriu teu canto

rimou tuas velas

estendeu teu manto

sagrou-se bela



Menina das marés

cabelos de tangerina

roubou a pétala da flor, escreveu poema sem rimas

colocou num cesto: quatro estrelas que catou do céu e duas que roubou do mar

... semeou a tolerância e o sorriso belo

 lapidou asas

 minimizou a sede...a cobiça

 Dependurou arco-íris num varal junto com o sentimento de gratidão, e a meninice rosada e terna.



A menina do mar azul, do vento oeste, e das mares.


Didiu 2013


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Pra fazer sentir alma



 

Faço-me... traços... faço-me rascunho... linhas tortas e retas, traço linhas nas entrelinhas
Entrego ao lápis os riscos, todos os rabiscos – o correto verso subentendido, a solitude desdenhada. Soletro o riso, a lagrima e suas silabas. Apronto para ti que me vê, (LEIA-ME COM ATENÇÃO).
Visto-me com meu melhor poema, ofereço-te a pétala que arranquei da rosa amarela que ainda não brotou em mim.
Espelho... o reflexo do meu espelho que não lhes pertencem
Creio no meu credo
Na minha oração

Faço-me rastro(s)... atravesso, atravesso-me

Faço-me significado... plural de um singular
Impar de um par

De acordo com minhas proposições arranjo-me, meus paradoxos... conclusões hipotéticas... revisito meus mitos. Bom venturo porvir.

Circunscrevo-me na gota da chuva, na ampulheta do tempo de minhas horas lentas, nas minhas andanças pelas minhas ruas, nos meus sobrados e cortiços, portas e janelas, nos meus medos, utopias e segredos.

Faço-me
Me visto
Minhas (entre)linhas, meus rascunhos.


Didiu 2013