Acordar bem cedo
Lavar o rosto da alma
Enxugá-la com lenço
do silencio
Por um momento ser
palavra, verso
Silenciar-me diante
de vossa presença e de tantos outros também
Emudecer ruído
provido no pensamento... o soar que em mim devoras ressequindo o pranto
Uma cantiga uma
tocada
Vai-se... se
arrastando pelo chão dos céus pelo chão dos meus
Vai para não ir, para
não vir, para não voltar, para não ficar... simplesmente se vai, se esvai
E sob a lua que
murmura haicais rabisco reticências e nada mais
Sou gênero
Genético
Poético peripatético
Acordar bem tarde
Abrir os olhos da
alma, recolher o sonho
Estender as mãos e os
passos, calar a voz do silencio, cativar o grito, o sorriso contido, descalçar
os pés.
Conspiro meu universo
a favor de alguns morangos... sede dos lábios de vossa boca vermelha.
Didiu 2012