"A vida é feita de encontros apesar de tantos desencontros."
O homem deixa sua marca no tempo e no espaço,ele idealiza, realiza, deixa seu legado. O homem tem o poder da escrita, o poder do discurso, tanto para o bem quão para o mal. O homem é ser dialético. O pensamento é dialético! O homem é o encontro em-si, para-si, para-outrem.
Fotografias não reveladas revelam o desprazer do inconsistente Do acaso Da luz opaca Da súbita subjetiva relatividade
Negativos soltos e dependurados Gotejando cores e rumores De um mundo retratado por lambe-lambes Das velhas praças dos muitos velhos Crianças, contempladores e enamorados
Visto a velha praça Calço homens e mulheres que se ajoelham em oração e prece
Suplício no templo sagrado
Renego a flor que não brotou
Primavera em meus olhos!
E a bailarina dança Com seus cabelos cacheados Reunindo todos aquelas versos Que estavam dispersos.
Digito a digital dos dedos Indícios Digito a digital dos versos Implícitos Observo o tempo frio e suas nuances O grito das cirandas e amarelinhas Contra-gotas, gotas, a boêmia O pássaro azul de origame A volta ao mundo em 80 dias África, Europa, Ásia, Américas, Oceânia
América Latina!
Digito os números, as senhas... Não decifro os complicados códigos Minha embarcação é clandestina
Sou rei, fidalgo, marquês, conde e visconde O bobo da corte! Meu castelo é de cartas Embaralhadas, atrapalhadas
Pace e luce!
Digito o apreciável dito O mito, o ditado popular O dito pelo não dito.
Calmo... Depois que a chuva passou Devoro uvas vermelhas e verdes O silêncio me traz algo Estou em 1688 na velha Potosí Com sua torrente de prata Seus poetas, contadores de histórias Escravos negros e criados índios
Escrevo poesias...
Já imaginei um encontro entre dois pontos Interrogação - Exclamação Um diálogo, um conto
Olhos fechados
Vislumbrando cores e imagens Olhos atados Sinto-me pele Numa efervescência desvairada
Corpos colados Cartas manuscritas Cartas datilografadas Contemplando flores subjetivas Refazendo-me na exuberância das riquezas da velha Potosí.