"A vida é feita de encontros apesar de tantos desencontros." O homem deixa sua marca no tempo e no espaço,ele idealiza, realiza, deixa seu legado. O homem tem o poder da escrita, o poder do discurso, tanto para o bem quão para o mal. O homem é ser dialético. O pensamento é dialético! O homem é o encontro em-si, para-si, para-outrem.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
VERSOS DISPERSOS
Fotografias não reveladas revelam o desprazer do inconsistente
Do acaso
Da luz opaca
Da súbita subjetiva relatividade
Negativos soltos e dependurados
Gotejando cores e rumores
De um mundo retratado por lambe-lambes
Das velhas praças dos muitos velhos
Crianças, contempladores e enamorados
Visto a velha praça
Calço homens e mulheres que se ajoelham em oração e prece
Suplício no templo sagrado
Renego a flor que não brotou
Primavera em meus olhos!
E a bailarina dança
Com seus cabelos cacheados
Reunindo todos aquelas versos
Que estavam dispersos.
Didiu 09
quinta-feira, 16 de julho de 2009
PARTO
Sólida e progenitora
O obscuro e a luz
Bela e prenha
Não ouve choro, lágrima ou dor
Surgiu em silêncio
Apaguei a luz
Ela calma e sorridente dando gargalhadas
Sonora míngua
E agora descansa a sólida progenitora
Sob a luz dos quase loucos poucos muitos poetas
Quantos sois, quantas luas!
Quantas republicas e monarquias!
Quantos castelos no medievo!
Quantos socráticos e pré-socráticos!
Não sou Tales de Mileto!
Não estudei a medida do tempo utilizando o relógio solar
Apresentaram-me o formatado
Meu tempo pela janela
Contemplando minha adorável maiêutica.
Didiu 2009
quarta-feira, 8 de julho de 2009
DITO
Digito a digital dos dedos
Indícios
Digito a digital dos versos
Implícitos
Observo o tempo frio e suas nuances
O grito das cirandas e amarelinhas
Contra-gotas, gotas, a boêmia
O pássaro azul de origame
A volta ao mundo em 80 dias
África, Europa, Ásia, Américas, Oceânia
América Latina!
Digito os números, as senhas...
Não decifro os complicados códigos
Minha embarcação é clandestina
Sou rei, fidalgo, marquês, conde e visconde
O bobo da corte!
Meu castelo é de cartas
Embaralhadas, atrapalhadas
Pace e luce!
Digito o apreciável dito
O mito, o ditado popular
O dito pelo não dito.
Didiu 2009
terça-feira, 7 de julho de 2009
POTOSÍ
Calmo...
Depois que a chuva passou
Devoro uvas vermelhas e verdes
O silêncio me traz algo
Estou em 1688 na velha Potosí
Com sua torrente de prata
Seus poetas, contadores de histórias
Escravos negros e criados índios
Escrevo poesias...
Já imaginei um encontro entre dois pontos
Interrogação - Exclamação
Um diálogo, um conto
Olhos fechados
Vislumbrando cores e imagens
Olhos atados
Sinto-me pele
Numa efervescência desvairada
Corpos colados
Cartas manuscritas
Cartas datilografadas
Contemplando flores subjetivas
Refazendo-me na exuberância das riquezas da velha Potosí.
Didiu 2009
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