domingo, 31 de maio de 2015

você



Arrepio... deleite nosso que se arrasta na cama, cadenciado por nós, nosso gozo. Música na noite, quentura debaixo do cobertor que nos aquece.

Nossas manhãs, tardes, noites e pelas madrugadas, luas postas no céu: minguantes, cheias, novas que crescem concatenando poesias. Nossos dedos tocando-se, desfile de rosas desabrochadas vermelhas, olhos falantes e acesos piscam pelas curvas. Na ampulheta o tempo passa passageiro, e um vento subitamente ligeiro nos invadindo, passeando pela porta levemente aberta.



Nossa dança leve

Detalhes presentes

Palavras

você 


Didiu 2015

quarta-feira, 20 de maio de 2015

poesia de outono



Beijos e poemas que lhe fiz num sonho depois do anoitecer
Num salto para o alto acima das nuvens.
Depois do café outro beijo
com aroma de verso novo.
Esticando pela tarde
um pôr do sol para nós dois
Na vitrola, Vinicius e Tom, uma canção
Um brinde com vinho tinto
Poesia da noite

Nossas mãos, nossos corpos
Olhos nos olhos
Línguas e bocas
Tatuado em mim, teu batom
Pétalas de outono em você

Bem me quer bem me quer bem me quer...
Uma sonata graciosa
Um canto lírico nas tuas esquinas

E depois da sinfonia,
mais um beijo.

Didiu 2015

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Vovó Margarida



Éramos felizes e sabíamos
Fim de ano... férias de julho
“família! Família! Cachorro, gato, galinha”.

Minha avó tinha nome de flor

Acima dos anjos...
Entre eles
Nuvens, margaridas
Minha memória, minha avó e seu jardim com triângulos e, um circulo colorido
Flores, flores, flores-petálas e um radinho de pilha, meu avô – RÁDIO AURILÂNDIA
Infância branda, “pintando o sete” na minha Nova Lima... primos, tios e avós
Saudade que fica rascunhando linhas graciosas
e eu aqui observando retratos, fotografias intactas de um tempo que passou feito vento veloz.

Didiu 2015

sábado, 16 de maio de 2015

Cabernet Savignon



A mordida que fica
A língua afiada
Saliva

Entre as coxas nas colchas sobre a cama e os lençóis

Amor
Amar
O toque... o tato

A dança dos corpos e a música lenta se arrastando pelas paredes do quarto iluminado pela luz da crescente lua torta. E os olhos dela invadindo os meus, tomando posse, despindo-me, fazendo-me refém da tua calma nudez

Amor que fica
Poesia alinhavada
O vinho

Tuas unhas cravadas no meu peito de poeta (des)atento

Amanhã, seremos
Acordados à luz do sol, à claridade do dia

Didiu 2015