Quando à noite em versos durmo
Vossos olhos diurnos me despertam
Vós que sois sonho-devaneio, o alvoroço que levita e que
suave em mim transita
Fazendo-me intimo das vossas volúpias, descortina minha
alma de poeta
Invento ventos para que me sopre, brisa repentina para
que em meu leito refrigerem
Minhas portas e gavetas entreabertas
Minha nudez, meu iluminamento
Quando à tarde em versos desperto
Vossos olhos noturnos fazem-me dormir
Num canto lírico da minha poesia vossa ausência faz-se
presente
É a saudade que desperta a minha vontade de vosmicê
Sois toda bela, ó poética flor!
Didiu 2014