Trago no bolso alguns monstros, são meus desde sempre, eu
nunca os abandonei e pra falar a verdade nem pretendo fazê-lo. Lembro-me deles
em minhas paredes tatuadas, desbotadas e coloridas. Já se passou muito tempo. Meus
super heróis, eu mesmo os inventei, eles não possuem super poderes como todos
esses outros enganadores, mentirosos e ardilosos que andam por aí sustentados
por suas mascaras, escondendo suas verdadeiras personalidades de canalhas.
Santas Canalhices! Para cada um oferto um pedaço de minha pequena alma
desordenada e algumas ondas de minha desinquieta calmaria.
Já colecionei silêncios de todos os tipos, silêncios gritantes,
mudos, cegos, surdos... já foram tantos que perdi a conta, alias, vivo perdendo
as contas e também alguns muitos significativos faz de contas. Sou absurdamente
incapaz de não perdê-los, sempre me escapam fugindo e se escondendo na
escuridão das minhas secretas gavetas trancafiadas a sete chaves. No sopro dos
meus ventiladores de teto alguns deles dispersam e se dissipam em cacos de
gritos que me cortam feito malvada navalha.
Vou assim ali
Assim, de um jeito com santa calmaria pra estar
Fico aqui parado prostrado em movimento, meu pensamento
me dizendo a fim de me acalmar,
por isso vou correndo um tanto pelos paralelepípedos
daqui da minha rua povoada pelos meus queridos e amáveis silêncios.
Didiu 2013
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