Vermelhos

Dois pássaros no céu circunscrevendo o momento do voo

Meus pés firmes no chão também podem alçar voo

Alcançaria lua crescente no crepúsculo da tarde que finda donde revela

A velocidade do pensamento incita lenta liberdade do porvir, do vir a ser

Aplausos

aplausos...

Aplausos!

Olhos risonhos belos... a boca vermelha do mais vermelho batom deixaria avermelhadas minhas bochechas feito vinho do porto

Voltemos aos pássaros!

Já não voam mais

Ousam em pouso admirar os homens e suas invenções excêntricas

Automóveis

Aviões...

E os prédios com seus números impares

Dois pássaros vermelhos da cor do batom

Ainda posso voar... acompanhá-los no (re)pouso e devagarinho poesia na folha branca de papel

Aplausos

aplausos...

Aplausos!

Poesia para ela

E os pássaros na mata... folhas verdes longe dos homens e suas invenções

Poesia pra ela

Dama dos pássaros vermelhos... carinho, minha flor poema.

Didiu  2012

Uma voz pra mim

Aquela voz entrou pela janela que eu deixei aberta ontem à noite antes de dormir

Chegou na hora do almoço, a mesa ainda não estava posta quando o tocou nostalgia

E a voz ao meu ouvido contou-me engraçadas noticias que logo me fizeram rir...sorrir

Voz que tanto me alegra com gosto de beijo e bom dia

Pudesse eu com minha boca interrompe-la por um momento

E nossas línguas compartilhariam segredos que ficariam sós entre nós... segredos são segredos... devem permanecer ocultos e guardados na alma.

Aquela voz chegou com gosto do abraço...com o perfume da flor do poema que lhe fiz:

Buscava encontrar poemas nos olhos teus

Eis que encontrei poesias!

Agora as recito com os meus

Adorável flor poema.

Amanhã vou acordar cedo pra fazer poesia

Vou desejar para que seja ela quando tocar nostalgia

Uma voz pra mim.

Didiu 2011

Algo

Aquela noite fez-se madrugada

Fez da linda lua torta cheia

Tuas mãos... teus olhos

Singeleza brancura dos teus esmaltes

Algo...

Minhas mãos puseram-se a sorrir no tato, no contato... cabelos, teu rosto... abraço sincero breve apertado

Sonho em devaneio... deleite na musica, no perfume da declarada presença doce branda

Something ...

O acaso combinado... ao meu lado poesia... poesia em forma linda bela

Palavras pelo caminho cortejando-te

Por duas voltas aprendendo ousaria a perder-me por ti

Aquela noite fez-se saudade

O tempo catou o momento num instante, apanhou as horas que foram levadas de mim

Quero-te novamente por perto e parar o tempo, interrompe-lo indeterminadamente!

E teu sorriso no portão fez-se naquela noite flor.

Didiu  2012

Deleite meu

  

Salivo conversas tuas e o céu da tua boca

Respondo-te erguendo minha voz em versos evidenciados pelo mel que seduz poema

Alongo o sonho, o voo... (re)pouso em ti

Em tuas veredas perfumadas faço-me verbo calmo inquieto... em teu corpo faço-me fado

Um conto, um encontro... o acaso combinado

O teu corpo minhas mãos passam a desenhar

Delineando libido

E tuas curvas

Teus ombros

O vestido teu

Teu rosto ao vento...

E a brisa leve degusta doce pele tua e os cabelos teus

Respiro conversas tuas e tuas fotografias

Olhos

Boca

Vermelhos lábios

Meu desejo é clandestino

Minha felicidade às escondidas

Arguto deleite

Didiu  2012