terça-feira, 21 de junho de 2011

O BEIJO.

Ela a principio queria conter-se, apesar de todo aquele sono.Seu imaginário a mantinha acordada... seus sonhos a laçavam ao infinito, sussurravam harmoniosas melodias com brandas cores em seus ouvidos. O eclipse passou por ela deixando-a delicadamente envolvida por milhares de estrelas que reverberavam luzes evidenciando seus pequenos grandes olhos. Fulgentes olhos de um sorriso límpido.
A bela não adormecida semeando o tempo e os bons ventos de inverno. Não contemplas flores, nem mesmo a flor margarida!
Sua circulação sanguínea necessita girar com ligeireza para fazer pulsar mais e mais aquele pequeno órgão em seu lado esquerdo do peito. Seu avivado coração!

Preto... não branco! Cor que absorve os raios luminosos... cor de ébano...seu apreço.
Imensurável, não tem preço!

E tua boca degustou a outra.Seus pequenos grandes olhos voltaram a sorrir.
Corpos colados.
Dos afagos: o verbo desejar! Devagar divagava em devaneio naquele súbito sublime beijo, paralisando por instantes o tempo, fazendo-a transcender para outro plano, e, ou, outra razão.
Flutuava com leveza de plumas que driblam ventos, leveza rodopiante da bailarina que tece versos, que borda rimas.
Realizava-se em desejos doces, sua pele à flor da pele. Cultivava corpo e mente.

Mas, por um insensato descuido, seus olhos se abriram e a despudorada verdade lhe despertou roubando-lhe o frescor da sua alma.
Seu pensamento digno de dó pronunciara  suspirando em lamentação:

_ Foi tão bom tê-lo beijado novamente... o ruim foi ter acordado e perceber que era só o travesseiro!

E o  aventureiro inocente travesseiro, agora desfruta e conserva com todo orgulho, o perfume e o sabor daquele amável exuberante beijo.  

Didiu  2011

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