sábado, 30 de abril de 2016

Correr


Por que me disse para correr?
Um vazio percorre meu corpo
E minhas pernas de louça estão prestes a se quebrar no ranger dos dentes
O frio congela minha mente fazendo-me gritar

Enfie as mãos pelo meu peito
Sentirá o coração bater por dois ou três segundos talvez
Depois eu irei morrer

O tilintar dos sinos parece me ensurdecer
Começo a fintar os laços
para enfim amanhecer

O grito se abafa
O sol se põe
A escuridão se foi

E em que correr me salvaria?

Ana  2016



domingo, 24 de abril de 2016

Lunar


Imagine

 estrelas cadentes - um terceto
luas cheias, crescentes e minguantes – um quarteto
Uma constelação de haicais, versos transitando entre nebulosas
A música suave dançando, valsando
Luzes e palavras, nuvens distraídas, o vento, a brisa branda ligeira, o riso, o sorriso da madrugada querendo adormecer num sonho

Ouça, feche os olhos

Imagine

Desperte o sonho
Voe calmamente deixe-se flutuar pelo toque, o tato
Os sons, o silencio, o burburinho, o sorriso dos olhos

A menina dos olhos

A música, a lua e a mocinha (bela e sem vírgulas)
cores e cifras
acordes, texturas e o ton.
a letra
a vogal
consoantes
instantes

a rima, a neblina.

Didiu 2016



sábado, 9 de abril de 2016

outono flores folhas e um pensamento


Discos, vitrolas radiolas...LP/s – com(pacto)
O mundo gira poesias
Lado “B” da vida, um caminho dois acordes para acordar discordar, o Sol, a lua, e o vento
Lento e a noite escondida...algumas (entre)linhas numa mistura de vozes

Acordar sem dormir no volume máximo tranquilo para escutar a cor, os olhos, o ton, o batom e o mel
Pensamento que se perde, que se encontra, reencontra o mar (inexistente) pálido, tácito

Do outro lado um soneto, porventura, talvez ou, quiçá um terceto
Trincheiras que roubei (uma expropriação)
Armadura transbordada com palavras, rimas e uma vermelha rosa flor cor-de-rosa.

A música

 Didiu 2016

domingo, 3 de abril de 2016

sobre a noite de ontem

Para poesia ter o que dizer: mais uma dose
Vida para poder remar
Para poder dizer metáforas, desenhá-las
Sonhar utopias
Leve, tranquilo suave amanhã para despertar
Bem cedo para continuar fotografias, imagens e o tempo
luas e nuvens 

Uvas e o pano vermelho de uma música a dois que roubei
Sobre o branco – sobre a mesa – sobremesa
Óculos derramados roubados pelo tinto vinho  
Conversas em cartões não postais

tim tim

Sorrisos e versos

Didiu 2016