quinta-feira, 27 de junho de 2013

Da varanda da minha cama





Abri paginas de um poema
Despedacei versos
Desenhei outros
Formei haicais
Os dediquei àqueles grandes olhos
Semeei mais uma prece, e sem pressa apressei os passos do tempo para revê-los.

Forjei sonhos
Pintei lábios
Fiz aquela boca sorrir

Amanheci com o cochicho do vento e um frio no quarto
Fechei as paginas do poema.


Didiu 2013

terça-feira, 25 de junho de 2013

Bia e Antônio (cenas de um próximo poema)





Após assistirem juntos ao filme, apesar de toda aquela violência fílmica, Bia e Antônio se tocaram através de seus olhos regozijados e animadamente tranquilos.

Pouco importou o que se passou na tela. Bia olhava Antônio emanando todo o carinho que se fortalecia nos anos de relacionamento. Antônio olhou para Bia como se fosse a primeira vez. Nervoso, não sabia o que fazer com as mãos. De súbito, Antônio tocou meio sem jeito o rosto de Bia.
Ela fechou os olhos e sorriu.

O corpo de Antônio implodiu dissipando violetas daquele outono em seu imaginário... fez-se inverno e suas mãos se aqueceram numa quentura indizivelmente muda

Flores
Cores
Um turbilhão

E diante dela, ele paralisou-se... redeu-se àquele curto momento entusiástico, e quão cena cinematográfica tocaram-se com os lábios silenciando o tempo

O tempo de Antônio e Bia. O poema inscrito.

Didiu e Gleice Zanotti  2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Bia e Antônio (tempo de violência)





O frio fez com que Bia ficasse inquieta frente à vidraça da janela que virou lousa para ela
Antônio gostava de Bia (ainda gosta) e para ela fazia poesias, canções de amor...

Eles não estavam juntos quando veio a fina chuva com o pôr do sol
Brotou arco-íris no céu
Bia sorriu
Antônio não
Ele lia Leminski enquanto ela ouvia Serge Gainsbourg e Brigitte Bardot em sua vitrola portátil que ganhara de presente de sua tia Abigail.
Era mês de junho de 1995, quarta-feira, véspera de feriado, Antônio ligou para Bia convidando-a para assistir com ele Pulp Fiction do Tarantino.
Bia disse sim
Antônio sorriu.  

Didiu 2013

*Música incidental - Opening theme of the movie Pulp Fiction.


terça-feira, 4 de junho de 2013

Fotografei a minha chuva - fiz dela pretobranco: cEnA dE cInEmA





Caridosamente caiu com peso liquefeito,

luzes espalharam-se pelo asfalto espelhado

distraindo rostos abstratos.

Eram 19h11min do mês de junho



Poesia primeira



Da janela, meu ponto de vista: um click zupt zoom

Bia e Antônio pela curva da chuva, pela noite da vida

[qualquer segredo que eu possa cometer]

... e aqueles passos durante a travessia depois de um suposto irritado cansativo dia, mas significativo pelas circunstâncias amorosas, seguiam lentos, todavia apressados na velocidade abreviada pelo relativismo subjetivo




Ela quis amar a chuva

Ele não.

Didiu 2013